A ação libertadora da confissão

Fundador dos Franciscanos da Imaculada explica como o sacrifício de Jesus libertou a humanidade do pecado

Padre Stefano Maria Manelli *

ROMA, sexta-feira, 3 de agosto de 2012 (ZENIT.org) – No Jardim das Oliveiras, Jesus fez o exame de consciência da humanidade. Todos os pecados dos homens de todos os tempos, toda a fealdade, a vergonha, os horrores e os sofrimentos, as dores e as tristezas, para pagar pelos crimes da humanidade: este foi o exame de consciência do gênero humano, sofrido por Jesus com tamanha angústia mortal que o fez suar sangue até banhar-lhe o corpo e a terra.

Contemplando Jesus a suar sangue no Jardim das Oliveiras, deveríamos abrir os nossos olhos para a realidade do pecado, para nos horrorizarmos e chorar lágrimas de sangue, como as que chorava São Francisco de Assis.

Recordemos o clamor materno de Nossa Senhora em Fátima: “Não ofendam mais o Senhor nosso Deus!”. O pecado é o sofrimento de Jesus. Seus tormentos e suas gotas de sangue são todos os nossos pecados. Se pensássemos seriamente sobre isto, não ficaríamos tão indiferentes nem nos tornaríamos tão facilmente escravos do pecado.

Uma vez, olhando para um crucifixo, a pequena Jacinta de Fátima perguntou a Lúcia:
– Porque Nosso Senhor está assim, pregado numa cruz?
– Porque ele morreu por nós.
– Então me conte como foi.

E Lúcia contou a Jacinta toda a Paixão e Morte de Jesus. “Ao ouvir narrar os sofrimentos do Senhor,a pequenina se comoveu e chorou… Ela chorou amargamente e dizia: ‘Pobre Jesus! Eu não vou cometer nenhum pecado! Eu não quero que ele sofra mais!’”.

A dor e o propósito de Jacinta são o fruto do verdadeiro exame de consciência. A dor sincera leva a não cometer mais pecados para não ferir Jesus e não o fazer sofrer.

Por outro lado, o pecado é também a causa de muitos castigos e problemas que afligem a humanidade. Lembremo-nos do que Jesus disse ao paralítico depois de curá-lo: “Vai e não peques mais, para que não te suceda coisa pior” (Jo 5,14).

Na segunda aparição, Lúcia de Fátima pediu a Maria pela cura de uma pessoa doente, e Nossa Senhora disse: “Se ela se converter, ficará curada ainda este ano”. Faltas e pecados são a causa dos nossos males e castigos. Na terceira aparição, Nossa Senhora também disse: “Se os homens não pararem de ofender a Deus, explodirá uma nova e mais terrível guerra… Deus… punirá o mundo pelos seus crimes com a guerra, com a fome, com a perseguição contra a Igreja e contra o Santo Padre”.

Os pecados são a perdição do mundo. Se amamos a humanidade, paremos de pecar. Nós temos que lutar contra todo pecado, em especial através da penitência, e da penitência sacramental, isto é, a confissão.

A confissão é o sacramento do perdão, que destrói os nossos pecados. Quem odeia o pecado, ama a confissão, porque bem sabe que a confissão apaga a própria sombra do pecado na alma. Mais: sabe que a confissão torna a alma pura e resplandecente e muito cara a Jesus.

Na vida de Santo Antônio de Pádua, lemos que um dia foi até ele um grande pecador que pretendia se confessar. O arrependimento sincero, no entanto, fazia chorar o pecador tão irrefreavelmente que ele sequer podia contar os seus pecados. O santo disse a ele: “Veja: vá escrever os seus pecados e volte para lê-los”. O penitente obedeceu e foi escrever os seus pecados numa folha de papel. Voltou até o santo, se ajoelhou aos seus pés e começou a ler a lista de pecados. E qual não foi a sua surpresa ao perceber que, terminada a leitura e recebida a absolvição sacramental, a folha em que ele havia escrito os seus pecados tinha-se tornado toda branca!

Este é o resultado da confissão sincera dos pecados: a alma é lavada pelo Sangue divino de Jesus e fica iluminada pela graça. Por esta razão, São Francisco de Assis se confessava três vezes por semana, e muitos outros santos se confessavam até diariamente.

Nós, além da confissão todo primeiro sábado do mês, não devemos nos esquecer da confissão todas as semanas, de acordo com a mais sadia e sábia norma da verdadeira vida cristã. Sem a confissão frequente, semanal, nunca amadurecerá em nós a dor do pecado e o crescimento do amor puro diante do sofrimento de Jesus e do Coração Imaculado de Maria circundado de espinhos.

Virtudes a praticar: a dor do pecado.

Para aprofundamento: Pe. Stefano Maria Manelli, “Ó Rosário bendito de Maria”.

* O pe. Stefano Manelli, fundador da ordem religiosa dos Frades Franciscanos da Imaculada, é um dos autores católicos que mais livros venderam. Seus escritos foram impressos em milhões de cópias, com vários tendo sido traduzidos para diversos idiomas. Entre os de maior circulação, “A devoção a Nossa Senhora”, “Jesus Eucarístico Amor” e “Maio, Mês de Maria”.

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