Se Cristo vivesse hoje, seria a favor da ciência pelo bem comum

Prêmio Nobel Werner Arber: “organismos transgênicos seguem as leis naturais da evolução biológica e não trazem riscos associados à metodologia da engenharia genética”

Antonio Gaspari

CIDADE DO VATICANO, sábado, 20 de outubro de 2012 (ZENIT.org) – “Se Jesus Cristo vivesse entre nós hoje, ele seria a favor de um sólido conhecimento científico para o bem da humanidade e do seu ambiente natural no longo prazo”.

A afirmação, feita no Sínodo dos Bispos que está acontecendo em Roma, é de Werner Arber, professor de Microbiologia no Biozentrum da Universidade de Basileia e presidente da Pontifícia Academia de Ciências. Juntamente com os pesquisadores norte-americanos Hamilton Smith e Daniel Nathans, Werner Arber recebeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1978.

Durante o relatório “Reflexão sobre a relação entre ciência e fé religiosa”, o presidente da Pontifícia Academia de Ciências explicou que, “se por um lado a ciência ainda não conseguiu encontrar respostas pertinentes para todas as questões levantadas, especialmente para as questões que transcendem a esfera natural, por outro lado as diversas crenças, incluindo aquelas que têm as suas raízes na religião, desempenham o seu papel no responder a estas perguntas sobre o sentido”.

De acordo com o prof. Arber, as religiões são uma parte essencial do saber orientativo, que serve como fundamento para guiar as atividades humanas. É claro que, na sociedade cristã, importantes regras de conduta foram divulgadas por Jesus Cristo através da sua vida e, desde então, têm sido amplamente seguidas pelos cristãos.

“No entanto”, disse o acadêmico, “é uma tarefa importante para a sociedade de hoje atualizar o conjunto de regras estabelecidas, prestando particular atenção ao nosso conhecimento científico adquirido”.

Neste contexto, o prof. Arber quis indicar um exemplo particular. “Graças aos avanços recentes em genômica, metabolômica e protômica, tornou-se possível direcionar a evolução biológica ao escopo de melhor atender às nossas necessidades de uma alimentação saudável, como contribuição para melhorias importantes no campo da medicina”.

A Pontifícia Academia de Ciências dedicou uma semana de estudo em maio de 2009 a este mesmo assunto, com foco nas plantas transgênicas para a segurança alimentar no contexto do desenvolvimento.

O prêmio Nobel suíço destacou que “a nossa Academia concluiu que os métodos recentemente adotados na elaboração de organismos transgênicos seguem as leis naturais da evolução biológica e não trazem nenhum risco associado à metodologia da engenharia genética”.

O presidente da Pontifícia Academia de Ciências concluiu que os métodos utilizados nas plantas transgênicas são semelhantes às estratégias naturais para a geração espontânea de variantes genéticas em evolução biológica e que “as perspectivas benéficas para melhorar a produção das culturas alimentares mais amplamente consumidas poderia aliviar a desnutrição e a fome que ainda existem no seio das populações dos países em desenvolvimento”.

[Trad.ZENIT]

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