Vida de Oração (Parte 1)

“Por isso, eu mesmo a seduzirei, conduzirei ao deserto e lhe falarei ao coração” (Os 2,16).

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A vida de oração é este caminho, no qual o próprio Senhor irá nos seduzir, nos levando aos seus átrios e nos falando ao coração. É um encontro de amor, entre nossa alma e o Esposo.

O homem é um ser orante, ou seja, ele tem necessidade de relacionar-se com seu Criador. Basta lermos as histórias das civilizações e as escavações. Em todas elas iremos encontrar traços de religiosidade.

Acreditamos que, ao criar o homem, Deus colocou nele um desejo, uma saudade, que só poderá ser saciada ao encontrar-se com Ele. Pois é em Deus que o homem encontra o verdadeiro sentido de sua vida.

Santo Agostinho nos diz:

“Criaste-nos para ti e o nosso coração não encontra descanso enquanto não repousar em ti”.

O coração do homem só descansará em Deus.

O nosso caminho e a nossa vida inteira consiste na busca de Deus, reencontrar-nos com Ele, redescobrir o nosso “cordão umbilical”, que nos mantém sempre unidos ao Senhor. A oração é exatamente este “cordão” que nos une ao Criador, pelo qual somos alimentados pelo seu Amor Misericordioso.

Mas é necessário que saibamos que a oração é um dom de Deus, que devemos pedi-lo com insistência. Sem esta graça especial podemos fazer orações, ter devoções, multiplicar palavras, como fazem os pagãos, mas não teremos uma verdadeira oração, um diálogo de amor filial com Deus, nosso Pai. Porque a oração é um diálogo com uma Pessoa: Deus. Um diálogo que nos leva ao encontro com Deus e conosco. É o lançar um olhar para o céu e ouvir a voz do Amado, e deixar-se amar, plasmar, formar, podar por Ele, para que seja sempre um encontro fecundo, que nos leve a santidade. Apesar da oração ser um dom de Deus, é também fruto do esforço humano. Como Oséias nos falou em sua palavra, Deus mesmo irá nos seduzir e nos levar ao seu encontro, mas é necessário um desejo nosso de aderirmos ao seu chamado.

“A oração pode ser uma empresa fracassada de antemão, para quem não a encare com vontade decidida de colocar sua vida interior à tona, reconstruindo-a pelos alicerces” (Frei Patrício Sciadini).

Santa Tereza d’Ávila nos diz que “A oração é a arte de Amar”. É “Olhar para quem te olha com amor”, como nos dizem os nossos escritos¹.

Precisamos nos deixar amar por Jesus, e o único que pode realizar esta obra no coração do homem é o Espírito Santo. É Ele quem nos leva a nos relacionarmos com o Pai e nos configurarmos com o Filho. Por isso devemos pedir diariamente o seu auxílio, a sua graça.

Iremos encontrar, basicamente, os seguintes tipos de oração:

  1. Oração Pessoal;
  2. Estudo da Palavra (Leccio Divina);
  3. Oração Comunitária: Missa, Grupo de oração, etc.

Cada uma delas deverá ser vivenciada por nós, pois se complementam, e nos levam a Deus.

Que Nossa Senhora, Mãe da Divina Misericórdia, nos acompanhe e ensine a termos uma vida de oração e fé, aderindo a vontade de Deus, na humildade e obediência.

 

Janet Alves
Formadora Geral da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

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1 Escritos da Comunidade Católica Reviver pela Misericórdia

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