Papa Francisco cumprimenta jornalistas argentinos residentes em Roma

Missa de sábado: Sair de si mesmos e ver as chagas de Jesus e dos irmãos necessitados

Por Sergio Mora

ROMA, 13 de Maio de 2013 (Zenit.org) – Logo após a missa cotidiana do último sábado na capela da Casa Santa Marta, celebrada às 7 da manhã, o papa Francisco cumprimentou um grupo de onze jornalistas argentinos e seus familiares, todos residentes em Roma. Vários deles são correspondentes de redações locais, como Ansa, Clarín, CNN, La Nación, La7, Notimex e ZENIT.

Participaram também o embaixador da Argentina perante a Santa Sé, Juan Pablo Cafiero, acompanhado da esposa. Um fato curioso foi que o pe. Antonio Pelayo, correspondente argentino e ex-diretor da Associação da Imprensa Estrangeira na Itália, acabou concelebrando com o papa.

As saudações de Francisco foram muito cordiais. A jornalista Cristina Tacchini, da Ansa, entregou ao papa um poncho típico da província argentina de Catamarca. Os filhos pequenos da correspondente Elisabetta Piqué mostraram seus desenhos da pessoa de Francisco, o que acentuou a simpatia do papa. A presença das crianças se fez notar também durante a missa, quando uma pequenina, no começo da eucaristia, balbuciava: “Francisco, Francisco!”.

Depois de cumprimentar os fiéis, o papa sempre lhes pedia: “Rezem por mim”.

Francisco ganhou um livro de fotos do norte da Itália, região de origem dos seus pais. O papa também recebeu uma carta pedindo orações pelo sacerdote uruguaio Mauricio Silva, desaparecido em 1977, e uma lista de pessoas enfermas que também lhe pedem as suas preces. Não faltou entre os presentes uma enorme chuteira, assinada por jogadores brasileiros de futebol.

Em sua homilia, sempre em tom sereno e muito coloquial, Francisco convidou os ouvintes a saírem de si mesmos. Para isso, sugeriu recordar as chagas de Jesus, no céu, como sacerdote, e reconhecê-las na terra nos irmãos necessitados, doentes, ignorantes, pobres ou explorados.

O papa citou o evangelho do dia, que nos pede “rezar ao Pai em nome de Jesus”. Precisou que a oração que nos cansa é aquela que “está sempre dentro de nós mesmos, como um pensamento que vai e vem”, e que “a verdadeira oração é aquela em que saímos de nós mesmos para ir até o Pai, em nome de Jesus: um êxodo de nós mesmos”, realizado “com a intercessão de Jesus que, diante do Pai, lhe mostra a suas chagas”.

O santo padre recordou que, de todas as feridas que Jesus sofreu na Paixão, ele levou consigo somente as chagas. “Qual é a escola em que se aprende a conhecer as chagas de Jesus, essas chagas sacerdotais de intercessão? Se não conseguimos sair de nós mesmos para ir até aquelas chagas, não aprenderemos nunca a liberdade que nos leva até a outra saída de nós mesmos”.

Porque há duas saídas: “a primeira nos leva até as chagas de Jesus e a outra até as chagas dos nossos irmãos e irmãs”. Palavras que encontram confirmação no evangelho de João: “Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes algo ao Pai em meu nome, Ele vo-lo dará”.

“As portas estão abertas: Jesus, ao ir para o Pai, deixou a porta aberta”. Não porque tenha “se esquecido de fechá-la”, mas porque “Ele mesmo é a porta”.

E instou os fiéis a rezar “com a coragem de quem sabe que Jesus está diante do Pai” e com a “humildade necessária para reconhecer e encontrar as chagas de Jesus nos irmãos necessitados”.

“Que o Senhor nos dê a liberdade de entrar no santuário onde Ele é sacerdote e intercede por nós, e onde o que pedirmos ao Pai em seu nome nos será dado. Mas que Ele nos dê também a coragem de ir até esse outro santuário que são as chagas dos nossos irmãos e irmãs necessitadas, que sofrem, que carregam a cruz e que ainda não venceram, como Jesus já venceu”.

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