Relatório Kissinger, uma idéia eugênica que deve ser entendida e combatida

 Henry_Kissinger

O Relatório Kissinger, elaborado pelo ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, em 1974, visando atuar nos países do Terceiro Mundo com o objetivo de impedir o crescimento populacional, foi enviado para 107 embaixadas americanas, inclusive no Brasil.

Na verdade a estratégia para impedir o crescimento populacional inicia-se nos anos 50, quando o milionário John Rockefeller reúne 26 especialistas em demografia e cria o chamado “Population Council”, criado não para promover o desenvolvimento educacional e econômico do “terceiro mundo”, mas para combater o crescimento populacional desses países. Para o Conselho Populacional o “crescimento da população mundial é uma enorme ameaça para os interesses dos países ricos, especialmente os Estados Unidos.”

O Relatório Kissinger reflete perfeitamente o pensamento do “Population Council” e foi, sem dúvidas, a mais perversa e sórdida ação já escrita de violação dos direitos humanos. A alegação apresentada pelo senhor Kissinger é de que o aumento populacional eleva os índices de miséria e, conseqüentemente, baixa os índices sanitários, argumento esse que foi e é amplamente contestado pela Índia e a China. Os próprios Estados Unidos passaram em 1970 de 203.392.031 para 308.745.538 milhões de habitantes, conforme Censo 2010 e os índices de miséria apontados por Kissinger não é o que se vê por lá.

Em 1974, esse relatório previa que o Brasil no ano de 2000 teria uma população de 212 milhões de habitantes, se fosse mantida a taxa de crescimento da época. Diz o relatório: …”Nos casos extremos, em que o crescimento populacional leve à fome endêmica, agitações e populações famintas e desordem social, essas condições não são muito favoráveis à sistemática exploração de depósitos minerais nem aos investimentos de longo prazo, que são necessários para o aproveitamento desses depósitos…” Podemos perceber nessas palavras o real propósito do controle populacional, que é, na verdade, apossar-se da soberania e das riquezas dos países dominados.

É bem evidente que o ao menos o objetivo de impedir esse crescimento foi amplamente atingido em nosso país, já que o atual censo (2010) aponta nossa população em 190.732.694 habitantes.

Conforme o Relatório Kissinger, a assistência para o controle populacional deve ser empregada, principalmente nos países em desenvolvimento; países estes, de maior e mais rápido crescimento, onde os EUA têm interesses políticos e estratégicos especiais. Esses países são a Índia, Bangladesh, Paquistão, Nigéria, México, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Egito, Turquia, Etiópia, Colômbia e o Brasil.” (Páginas 14/130, parágrafo 30).

O senhor Kissinger enfatiza ainda que a maior ferramenta para diminuição da população deve ser o ABORTO. Segundo ele, nenhum país conseguirá diminuir drasticamente sua população sem recorrer ao aborto.

Isto explica o empenho de numerosas organizações que trabalham em prol do aborto no Brasil, como a Fundação Ford, a FioCruz, a CFemea, a UNICEF, o IPPF, a Fundação Rockfeller e a Buffet, com altos investimentos realizados e recebidos em nosso país para programas de incentivo ao “controle de natalidade” e a promoção da falácia do abortamento legal. Segundo pronunciamento feito em 2005 pelo Dr. Humberto Leal Vieira, presidente do Pró-Vida Família do Brasil e membro da Pontifícia Academia para a Vida e Consultor para a Família junto ao Vaticano, cerca de 1 bilhão de dólares já havia entrado no Brasil em favor do aborto até aquele ano.

Na realidade, sabe-se que o objetivo dos Estados Unidos é geopolítico. Com a quase estagnação de sua população diante do crescimento das populações do 3º mundo, em médio prazo as perspectivas econômicas não serão positivas. Isto porque as nações jovens e as super-populosas têm mão-de-obra mais abundante e portanto, de menor custo, gerando aumento de mercado consumidor e, conseqüentemente, um crescimento econômico que superará a liderança comercial americana e, em decorrência, a liderança política. Isso já é notório com o crescimento econômico da Índia, China e Brasil.

Os organismos multilaterais de crédito, especialmente a Agência Internacional para o Desenvolvimento (USAID), o Banco Mundial (BM) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) condicionam toda ajuda econômica externa ao cumprimento de metas demográficas pautadas em cada empréstimo. E a ONU exerce coação em nível de governo para as políticas de controle da natalidade através de vários de seus órgãos como a OMS, a UNESCO, a FAO, a UNICEF e outros. Supervisionam os programas financeiros destinados à saúde reprodutiva, (planejamento familiar nos hospitais públicos), e a educação em matérias de saúde e sexo.

O mesmo faz sobre a atividade econômica, impondo o modelo monetarista que só serve aos países já estruturados, quando o modelo para as nações em desenvolvimento deve ser estruturalista, que aproveita judiciosamente a mão-de-obra e os recursos naturais, que são abundantes nesses países e superabundantes no Brasil, e promovem o mito da globalização que visa à abertura das fronteiras comerciais e industriais para gerar competitividade, mas não fazem o mesmo em suas próprias fronteiras.

E indiscutível que nossa luta contra a descriminalização e legalização do aborto, embora solidificadas com o evangelho de Jesus, para ser eficaz, tem que ser pautada também nas bases do ordenamento jurídico e científico que o caso requer. A luta pró-aborto está dentro dos tribunais internacionais, na ONU, nas academias e até mesmo dentro das Igrejas. Não se apaga o fogo apenas com água. Para cada tipo de incêndio (sólido, elétrico, eletrônico, químico) usa-se um composto combatível adequado. Cabe a cada um de nós CRISTÃOS a busca do conhecimento técnico, do composto adequado para cada ação do BEM, em cada esfera de atuação, porque não se joga pérolas aos porcos, já disse Jesus. Aos porcos damos farelo e água, e eles ficarão satisfeitos. Portanto, se as ações do mal forem embasadas no ordenamento jurídico, nossa resposta tem que ser JURÍDICA; se o embasamento for científico, nossa resposta deve ser CIENTÍFICA; e se formos atropelados por uma infeliz argumentação religiosa, nossa base de resposta será o EVANGELHO DE JESUS, Jesus que é a água da vida, o amigo que não abandona um amigo no meio do caminho.

*IRAPONAN CHAVES DE ARRUDA é Gestor de Segurança Pública pela UNISUL-SC e Pós-Graduando em Psicologia e Direitos Humanos pela FAFIRE-PE / Coordenador do Comitê Pernambucano da Cidadania Pela Vida- Brasil Sem Aborto.

Fonte: Comunidade Shalom

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