Queres a cura?

Nesta terça-feira, Francisco comentou a parábola do paralítico e dos fariseus e nos alertou contra o formalismo e a inércia dos cristãos

Por Sergio Mora

CIDADE DO VATICANO, 01 de Abril de 2014 (Zenit.org) – Os “cristãos anestesiados” fazem mal à Igreja com os seus formalismos; é necessário vencer a inércia espiritual e se arriscar, em primeira pessoa, para anunciar o evangelho. Esta foi a proposta do papa Francisco na missa rezada hoje na Casa Santa Marta.

A homilia se baseou no evangelho, que narra o encontro de Jesus com um homem que, havia 38 anos, estava paralítico. O homem não encontrava ninguém que o submergisse nas águas; alguém sempre lhe passava na frente. Jesus então lhe ordenou levantar-se. O milagre despertou as críticas dos fariseus, por ter sido feito em um sábado, dia de descanso obrigatório.

O pontífice declarou que encontramos aqui duas doenças espirituais sérias. Por um lado, a resignação do enfermo, que, triste, apenas se lamentava. O papa enfatizou: “Penso em tantos cristãos, tantos católicos, que, sim, são católicos, mas sem entusiasmo, tristes. Que dizem: ‘É a vida, é assim… Vou à missa todos os domingos, mas é melhor não me meter com a fé dos outros; eu mantenho a minha fé por motivos de saúde e não tenho necessidade de transmiti-la para os outros… É melhor cada um na sua casa, tranquilo da vida… Além disso, se você faz alguma coisa, corre o risco de ser criticado. Não, é melhor não arriscar…’”.

Esta é a doença da indolência, da indiferença dos cristãos. Esta atitude paralisa o zelo apostólico. “São pessoas anestesiadas. São cristãos tristes, pessoas não luminosas, pessoas negativas. E esta é uma enfermidade dos cristãos. Vamos à missa todos os domingos, mas dizemos: ‘Por favor, não nos incomodem’. Esses cristãos sem zelo apostólico não fazem bem à Igreja. Há muitos cristãos que são egoístas, só para eles mesmos. O pecado da indiferença é contrário ao zelo apostólico, de transmitir a novidade que Jesus nos trouxe, que eu recebi de graça”.

Nesta passagem do evangelho, explicou o papa, encontramos também outro pecado, quando vemos que Jesus é criticado porque realizou uma cura em dia de sábado. É o pecado do formalismo. “Cristãos que não abrem espaço para a graça de Deus. E a vida cristã, para essa gente, é ter todos os documentos em ordem, todos os certificados (…) Os cristãos hipócritas, como eles, se interessam só pelas formalidades. Era sábado? Então não pode fazer milagre. A graça de Deus não pode agir no sábado. E então eles fecham a porta para a graça de Deus”.

“Temos tantos assim na Igreja, tantos! É outro pecado. Primeiro, os que não têm zelo apostólico, porque decidiram ficar parados neles mesmos, nas suas tristezas, ressentimentos. E esses outros que não são capazes de transmitir a salvação porque fecham a porta para ela”.

Para eles, só contam as formalidades. E nós? “Tantas vezes fomos apáticos ou hipócritas como os fariseus. São tentações, e temos que conhecê-las para nos defender delas (…) Jesus se aproxima e pergunta apenas: ‘Queres a cura?’ E dá a graça. E depois, quando encontra o paralítico de novo, Ele só diz: ‘Não peques mais’”.

“As duas palavras cristãs são estas: ‘Queres a cura?’ e ‘Não peques mais’. Mas primeiro Jesus cura e depois diz para não pecarmos mais. Palavras de ternura e de amor. E este é o caminho cristão, o caminho do zelo apostólico: ir em busca de tantas pessoas feridas, neste hospital de campo [que é a vida], e tantas vezes feridas por homens da Igreja! É uma palavra de irmão e de irmã: queres a cura? E depois Ele diz: ‘Não peques mais, porque não te faz bem’. É muito melhor assim. As duas palavras de Jesus são mais bonitas do que a atitude da indiferença e da hipocrisia”.

Deus perde no saldo, mas ganha no amor

Deus é como o pai da parábola do filho pródigo: espera, perdoa e festeja

Por Redacao

CIDADE DO VATICANO, 28 de Março de 2014 (Zenit.org) – Deus nos ama e “não sabe fazer outra coisa”, declarou o papa Francisco na missa desta manhã, celebrada na Casa Santa Marta. O pontífice afirmou que nosso Senhor sempre nos espera e nos perdoa: Ele é “o Deus da misericórdia”, que faz festa quando voltamos para Ele. Francisco acrescentou que Deus sente saudade de nós quando nos afastamos dele.

O Santo Padre desenvolveu a homilia com base na primeira leitura do dia, do livro do profeta Oseias. Deus nos fala com ternura e “nos convida à conversão”. Embora isto “soe um pouco forte”, é uma realidade que contém “a amorosa saudade de Deus”. Francisco fez referência à exortação do pai ao filho: “Volta, é hora de voltar para casa”. E completou: “Só com esta palavra, podemos passar horas e horas em oração”.

O papa explicou que “assim é o coração do nosso Pai; Deus é assim: Ele não se cansa, não se cansa! E durante tantos séculos Ele fez isso, apesar de muita apostasia, muita apostasia do povo. E ele sempre volta, porque nosso Deus é um Deus que espera. Desde aquela tarde no paraíso terrestre. Adão saiu do paraíso em meio à dor, mas também com uma promessa. E Ele é fiel. O Senhor é fiel à sua promessa, porque não pode negar a si mesmo. Ele é fiel. E assim Ele esperou por todos nós, ao longo da história. Ele é o Deus que nos espera, sempre”.

O papa recordou que o Evangelho de Lucas nos diz que o pai vê o filho pródigo ainda ao longe, porque o esperava. O pai “ia todos os dias até a estrada para ver se o filho voltava. E esperava. E quando o viu, foi rápido, se lançou ao seu abraço”, ressaltou Francisco. O filho tinha preparado as palavras que ia dizer, mas o pai não o deixava falar: “Com o abraço, ele tapou a sua boca”. Francisco concluiu: “Este é o nosso Pai, o Deus que nos espera. Sempre”.

“‘Mas, padre, eu tenho muitos pecados, eu não sei se Ele está contente…’, dirá alguém. Então tente! Se você quer conhecer a ternura desse Pai, vá até Ele e tente! E depois me conte!”, aconselhou o papa.

Deus é o Deus da misericórdia: Ele não se cansa de perdoar. Somos nós que nos cansamos de pedir perdão, mas Ele não se cansa de perdoar. Setenta vezes sete: sempre. “Do ponto de vista de uma empresa, o balanço seria negativo. Ele sempre perde: perde no balanço das coisas, mas ganha no amor”, comparou Francisco.

O Santo Padre recordou que Deus é o primeiro a cumprir o mandamento do amor. “Ele ama, não sabe fazer outra coisa. Os milagres que Jesus fazia, com tantos doentes, também eram um sinal do grande milagre que todos os dias nosso Senhor faz conosco, quando temos a coragem de nos levantar e ir até Ele”. E quando isto acontece, Deus faz a festa. “Não como o banquete daquele homem rico, que tinha na porta de casa o pobre Lázaro”, mas “outro banquete, como o do pai do filho pródigo”.

Para encerrar, Francisco afirmou que “‘florescerás como um lírio’, promete Deus; ‘Eu te farei festa’. ‘Espalharão as tuas sementes e terás a beleza da oliveira e a fragrância do Líbano’. A vida de cada pessoa, de cada homem, de cada mulher, que tem a coragem de se aproximar do Senhor, encontrará a alegria da festa de Deus. Que esta palavra nos ajude a pensar em nosso Pai, o Pai que nos espera sempre, que nos perdoa sempre e que faz festa quando voltamos”.

Com o perdão o coração se renova e se revigora

Homilia do Papa Francisco na Celebração Penitencial

CIDADE DO VATICANO, 28 de Março de 2014 (Zenit.org) – O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira, 28, uma Celebração Penitencialna Basílica de São Pedro, no Vaticano. Eis a homilia na íntegra:

Caros irmãos e irmãs,

No período da Quaresma, a Igreja, em nome de Deus, renova o apelo à conversão. É um chamado a mudar de vida. Converter-se não é questão de um momento ou de um período do ano, é um empenho para toda a vida. Quem entre nós pode presumir não ser um pecador? Ninguém. Escreve o Apóstolo João: “Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós. Se confessamos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados  e nos purificar de toda iniquidade”(1 Jo 1,8-9). É o que acontece também nesta celebração e durante toda a jornada penitencial. A Palavra de Deus que ouvimos nos introduz em dois elementos essenciais da vida cristã.

O primeiro: Revestir-nos do homem novo. O homem novo, “criado segundo Deus” (Ef 4,24), nasce no batismo, momento em que se recebe a própria vida de Deus, que nos torna Seus filhos e nos incorpora a Cristo e Sua Igreja. Essa vida nova permite olhar a realidade com outros olhos, sem nos distrair com as coisas que não são importantes e não duram. Por isso, somos chamados a abandonar os comportamentos pecaminosos e fixar o olhar sobre o essencial. “O homem vale mais por aquilo que é do que por aquilo que tem” (Gaudium et Spes, 35). Eis a diferença entre a vida deformada pelo pecado e a vida iluminada pela graça. Do coração do homem, renovando por Deus, provêm os bons comportamentos: falar sempre com verdade e evitar sempre qualquer mentira; não roubar, mas compartilhar aquilo que possui com os outros, principalmente com quem passa necessidade; não ceder à ira, ao rancor e à vingança, mas ser manso, magnânimo e pronto ao perdão, não ceder à maledicência que corrói a boa fama das pessoas, mas olhar sempre o lado positivo de todos.

O segundo elemento: Permanecer no amor. O amor de Jesus Cristo dura para sempre, não terá jamais fim, porque é a própria vida de Deus. Esse amor vence o pecado e nos dá forças para nos levantarmos e recomeçarmos, porque com o perdão o coração se renova e se revigora. O nosso Pai nunca se cansa de amar, e Seus olhos não se cansam de olhar para a estrada de casa para ver se o filho que se foi e se perdeu está retornando. E esse Pai não se cansa nem mesmo de amar o outro filho que, mesmo permanecendo sempre em casa com ele, todavia,  não é participante de Sua misericórdia , de Sua compaixão. Deus não é somente a origem do amor, mas, em Jesus Cristo, Ele nos chama a imitar o Seu próprio modo de amar: “Como eu vos amei, amai-vos também vós uns aos outros” (Jo 13,34). Na medida em que os cristãos vivem este amor, tornam-se, no mundo, discípulos de credibilidade de Cristo. O amor não pode suportar permanecer fechado em si mesmo. Por sua própria natureza é aberto, difunde-se e é fecundo, gera sempre novo amor.

Caros irmãos e irmãs, após esta celebração, muitos de vós serão missionários para propor aos outros a experiência da reconciliação com Deus. “24 horas para o Senhor” é a iniciativa que tantas dioceses no mundo aderiram. Aos que vocês encontrarem, comuniquem a alegria de receber o perdão do Pai e reencontrar a amizade com Ele. Quem experimenta a Misericórdia Divina é impulsionado a se torna artífice da misericórdia entre os últimos e mais pobres. Nestes “pequenos irmãos” Jesus nos espera (conf. Mt 25,40). Vamos ao encontro d’Ele e celebremos a Páscoa na alegria de Deus!

(Trad.: Canção Nova)

Deus nos salva nos nossos erros, não nas nossas seguranças

Não nos salva a nossa segurança de cumprirmos os mandamentos, mas a humildade de ter sempre necessidade de sermos curados por Deus: esta é a principal ideia da homilia do Papa Francisco na Missa em Santa Marta na manhã desta segunda-feira (24)

‘Nenhum profeta é bem aceito na sua pátria’: a homilia do Papa parte destas palavras de Jesus dirigidas aos seus conterrâneos, os habitantes de Nazaré, junto dos quais não pode fazer milagres porque não tinham fé. Jesus recorda dois episódios bíblicos: o milagre da cura de Naaman, o sírio, no tempo do profeta Eliseu, e o encontro do profeta Elias com a viúva de Sarepta de Sidon, que foi salva da carestia. Estes marginalizados, acolhendo os profetas foram salvos, ao contrário os nazarenos não aceitam Jesus, porque eram muito seguros da sua fé, tão seguros da sua observância dos mandamentos que não precisavam de ser salvos:

“É o drama da observância dos mandamentos sem fé: ‘Eu salvo-me sozinho, porque vou à sinagoga todos os sábados, tento obedecer aos mandamentos, mas que não venha este dizer-me que eram melhores do que eu o leproso e a viúva!’ Aqueles eram marginalizados! E Jesus diz: ‘ mas olha que se tu não te marginalizas, não te sentes nas margens, não terás salvação’. Esta é a humildade, o caminho da humildade: sentir-se tão marginalizado que temos necessidade da salvação do Senhor. Apenas Ele salva, não a nossa observância dos preceitos.”

Segundo o Santo Padre esta é a mensagem desta 3ª Semana da Quaresma: se nós queremos ser salvos devemos escolher o caminho da humildade:

“Maria no seu Canto não diz que está contente porque Deus olhou para a sua virgindade, a sua bondade e a sua doçura, tantas virtudes que tinha ela, não: mas porque o Senhor olhou a humildade da sua serva, a sua pequenez, a humildade. É aquilo que olha o Senhor.”
“A humildade cristã não é a virtude de dizer: ‘Mas eu não sirvo para nada! E esconder a soberba aí, não! A humildade cristã é dizer a verdade: ‘Sou pecador, sou pecadora’. Dizer a verdade: é esta a nossa verdade. Mas há a outra: Deus salva-nos: Mas salva-nos lá, quando nós somos marginalizados; não nos salva nas nossas seguranças. Peçamos esta graça de ter esta sabedoria de marginalizarmo-nos, a graça da humildade para receber a salvação do Senhor.”

Os cristãos sem fé são como os demônios

O Santo Padre nos recordou hoje que a fé sem obras não é fé, porque a fé verdadeira sempre envolve testemunho

Por Redacao

ROMA, 21 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) – “Uma fé que não dá frutos por meio das obras não é fé”, afirmou nesta manhã o Santo Padre durante a homilia na Casa Santa Marta. O papa ofereceu a missa pelos 90 anos de idade do cardeal Silvano Piovanelli, arcebispo emérito de Florença, agradecendo a ele “pelo trabalho, pelo testemunho e pela bondade”.

O mundo está cheio de cristãos que recitam muito as palavras do credo, mas as põem muito pouco em prática. Ou de eruditos que compartimentam a teologia em uma série de possibilidades, sem que essa erudição, depois, se reflita concretamente na vida. É um risco que, há dois mil anos, São Tiago já temia. O papa o abordou hoje na homilia ao comentar o fragmento em que o apóstolo o menciona em sua carta.

Francisco observou que a afirmação do apóstolo é clara: “A fé sem fruto na vida, a fé que não dá fruto nas obras, não é fé”. E continuou: “Também nós nos enganamos às vezes sobre isto: ‘Mas eu tenho muita fé’, ouvimos dizer. ‘Eu acredito em tudo, tudo…’. Mas a pessoa que diz isso, talvez, leva uma vida morna. A sua fé é como uma teoria, mas não é viva na sua vida. O apóstolo Tiago, quando fala da fé, fala precisamente da doutrina, do conteúdo da fé. Podemos conhecer todos os mandamentos, todas as profecias, todas as verdades da fé, mas, sem a prática, de nada serve. Podemos recitar o credo teoricamente, também sem fé, e há muita gente que faz isso. Até os demônios! Os demônios conhecem muito bem o que se diz no credo e sabem que é verdade”.

As palavras do pontífice ecoam a afirmação de Tiago: “Crês que há somente um Deus? Fazes bem. Até os demônios o creem e tremem diante dele”. A diferença, explicou o papa, é que os demônios “não têm fé”, porque “ter fé não é ter um conhecimento”, mas “acolher a mensagem de Deus” trazida por Cristo. O Santo Padre nos explica que, no Evangelho, encontramos dois sinais reveladores de quem “sabe o que se deve crer, mas não tem fé”. O primeiro sinal é a “casuística”, representada por aqueles que perguntavam a Jesus se era lícito pagar os impostos ou qual dos sete irmãos do marido devia se casar com a sua viúva. O segundo sinal é “a ideologia”.

E detalhou: “Os cristãos que pensam a fé como um sistema de ideias, ideológico: também no tempo de Jesus havia gente assim”. O apóstolo João diz que eles são o anticristo, os ideólogos da fé, sejam do tipo que forem. “Naquele tempo havia gnósticos, mas havia muitos… E assim, quem cai na casuística ou na ideologia é um cristão que conhece a doutrina, mas não tem fé; como os demônios. Com a diferença de que os demônios tremem, mas estes não: estes vivem tranquilos”.

Por outro lado, Francisco recordou que no Evangelho há também exemplos de pessoas que não conhecem a doutrina, mas têm muita fé. Ele citou a cananeia, que, com sua fé, chora pela cura da filha vítima de uma possessão, e a samaritana, que abre o seu coração porque “encontrou não verdades abstratas, mas o próprio Jesus Cristo”. O papa também fala do cego curado por Jesus e interrogado pelos fariseus e doutores da lei até se ajoelhar com simplicidade e adorar quem o curou. Três pessoas que, diz Francisco, “demostram que a fé e o testemunho são indissociáveis”.

Para terminar, o Santo Padre enfatizou que “a fé sempre leva ao testemunho. A fé é um encontro com Jesus Cristo, com Deus, e leva ao testemunho. É isto o que o apóstolo quer dizer: uma fé sem obras, uma fé que não nos compromete, que não nos leva ao testemunho, não é fé. São palavras e nada mais do que palavras”.

Para conhecer Jesus, não basta estudá-lo: temos que segui-lo

O Santo Padre reflete sobre a pergunta que Jesus fez aos discípulos: Quem dizeis que eu sou?

Por Redacao

ROMA, 20 de Fevereiro de 2014 (Zenit.org) – Conhecemos Jesus Cristo mais ao segui-lo do que ao estudá-lo, recordou-nos o papa Francisco na homilia desta manhã, durante a missa celebrada na Casa Santa Marta. O Santo Padre explicou que Cristo nos pergunta todos os dias quem Ele é para nós; e nós podemos dar a resposta vivendo como seus discípulos.

Mais do que uma vida de estudioso, é uma vida de discípulo o que permite ao cristão conhecer realmente quem é Jesus para ele. Um caminho que segue as pegadas do Mestre e que entrelaça testemunhos claros e também traições, quedas e novos impulsos, indo além de uma atitude intelectual. Para explicá-lo, o papa Francisco tomou Pedro como exemplo. O Evangelho do dia o retrata como uma testemunha valente (à pergunta de Jesus aos apóstolos, “Quem dizeis que eu sou?”, ele responde: “Tu és o Cristo”), mas, imediatamente depois, o mostra reticente diante do anúncio de Jesus, que acaba de avisar que deverá sofrer e morrer para depois ressuscitar. O papa ressaltou que, muitas vezes, “Jesus se dirige a nós e nos pergunta: ‘E para ti, quem sou eu?’, obtendo a mesma resposta que Pedro lhe deu e que nós aprendemos no catecismo”. Mas não é suficiente. Francisco enfatizou que, “para responder a essa pergunta, que todos nós sentimos no coração, ‘quem é Jesus para nós?’, não é suficiente o que aprendemos, o que estudamos no catecismo. É importante estudá-lo e conhecê-lo, mas não é suficiente. Para conhecer Jesus, é necessário trilhar o caminho que Pedro trilhou: depois desta humilhação, Pedro seguiu em frente com Jesus, viu os milagres que Jesus fazia, viu o seu poder, pagou os impostos como Jesus tinha mandado, pescou um peixe, tirou dele uma moeda, viu muitos milagres. Mas, a um certo ponto, Pedro negou Jesus, traiu Jesus, e aprendeu aquela ciência tão difícil, ou, mais do que ciência, a sabedoria, das lágrimas e do pranto”.

O Santo Padre continuou explicando que Pedro pediu perdão a Jesus, apesar de tudo. Depois da ressurreição, ele foi interrogado três vezes por Jesus no Mar de Tiberíades e, provavelmente ao reafirmar o amor total pelo Mestre, chorou e se envergonhou, recordando as suas três negações.

Francisco nos recordou que “esta primeira pergunta feita a Pedro, ‘quem sou eu para ti?’, só pode ser entendida ao longo do caminho, depois de um longo caminho, um caminho de graça e de pecado, um caminho de discípulo. Jesus não disse a Pedro e aos apóstolos: ‘Conhece-me!’. Ele disse: ‘Segue-me!’. E seguir Jesus nos faz conhecer Jesus. Seguir Jesus com as nossas virtudes, com os nossos pecados, mas seguir Jesus sempre. Não é um estudo de coisas o que é necessário, mas uma vida de discípulo”.

O papa insistiu na necessidade de “um encontro cotidiano com o Senhor, todos os dias, com as nossas vitórias e com as nossas fraquezas”. Mas, acrescentou ele, é também “um caminho que não podemos fazer sozinhos”. É necessária a intervenção do Espírito Santo. Francisco afirmou que “conhecer Jesus é um dom do Pai; é Ele que nos leva a conhecer Jesus; é um trabalho do Espírito Santo, que é um grande trabalhador. Não é um sindicalista, é um grande trabalhador e trabalha sempre em nós. Ele faz esse trabalho de explicar o mistério de Jesus e de nos dar o sentido de Cristo. Olhemos para Jesus, para Pedro, para os apóstolos, e escutemos em nosso coração esta pergunta: ‘Quem sou eu para ti?’. E, como discípulos, peçamos ao Pai que nos dê o conhecimento de Cristo no Espírito Santo; que nos explique este mistério”.

Mas se é capaz de gritar quando seu time marca um gol, não é capaz de louvar ao Senhor?

Francisco convida a romper a formalidade e louvar: a oração de louvor nos torna fecundos

Por Redacao

ROMA, 28 de Janeiro de 2014 (Zenit.org) – O Santo Padre na missa desta terça-feira falou sobre a fecundidade da oração de louvor. Ao comentar a primeira leitura, extraída do segundo Livro de Samuel, destacou que se nos fecharmos na formalidade, nossa oração se torna fria e estéril.

Em sua homilia, Francisco deteve-se principalmente sobre a figura de Davi “que dança com todas as suas forças diante do Senhor” e recordou que “todo o povo de Deus estava em festa, porque a Arca da Aliança havia regressado à casa. A oração de louvor de Davi- explicou- “o levou a perder a compostura e dançar diante do Senhor “com todas as suas forças”. Isto é oração de louvor! – exclamou o Papa-.

Este trecho o levou “a pensar em Sara”, depois de dar à luz: “O senhor me fez dançar de alegria”.  Por isso, “é fácil entender a oração para pedir uma coisa ao Senhor, para agradecer-Lhe, ou mesmo a oração de adoração”, mas a “oração de louvor não nos vem de maneira tão espontânea”.

Alguns podem dizer: “‘Mas, Padre, isso é para aqueles da Renovação no Espírito, não para todos os cristãos!’”. “Não – afirmou o Papa- a oração de louvor é uma oração cristã para todos nós! Na Missa, todos os dias, quando cantamos o Santo… Esta é uma oração de louvor: louvamos a Deus pela sua grandeza, porque é grande! E dizemos a Ele coisas bonitas, porque gostamos disso. ‘Mas, Padre, eu não sou capaz…’ – alguém pode dizer. Mas se é capaz de gritar quando seu time marca um gol, não é capaz de louvar ao Senhor? De perder um pouco a compostura para cantar? Louvar a Deus é totalmente gratuito! Não pedimos, não agradecemos: louvamos!”

Devemos rezar “com todo o coração”. “É um ato inclusive de justiça, porque Ele é grande! É o nosso Deus!”. Davi -recordou o Papa- “estava feliz porque voltava com a Arca, com o Senhor: seu corpo rezava com a dança”.

O Papa Francisco, como de costume, sugeriu algumas perguntas: “Mas como vai a minha oração de louvor? Eu sei louvar ao Senhor? Sei louvar ao Senhor quando rezo o Glória ou o Sanctus, ou movo somente a boca sem usar o coração?’. O que me diz Davi, dançando? E Sara, dançando de alegria? Quando Davi entra na cidade, começa outra coisa: uma festa!”

“A alegria do louvor nos leva à alegria da festa –explicou o Papa-.Então, o Pontífice recordou que quando Davi entra no palácio, a filha do Rei Saul, Micol, o repreende e lhe pergunta se não sente vergonha por ter dançado daquela maneira diante de todos, já que ele era o rei. Micol “desprezou Davi”.

“Eu me pergunto – continuou- quantas vezes nós desprezamos no nosso coração pessoas boas, que louvam ao Senhor como bem entendem, assim espontaneamente, porque não são cultas, não seguem atitudes formais? E diz a Bíblia que Micol ficou estéril por toda a vida devido a isso! “O que quer dizer a Palavra de Deus? Que a alegria, que a oração de louvor nos torna fecundos! Sara dançava no auge da sua fecundidade, aos noventa anos! O homem e a mulher que louva ao Senhor, que quando reza o Glória se alegra ao prenunciá-lo, que quando canta o Sancto na missa se alegra por cantá-lo, é uma mulher ou um homem fecundo”.

Por fim, advertiu Francisco, “os que se fecham na formalidade de uma oração fria, comedida, talvez acabem como Micol: na esterilidade de sua formalidade”. E convidou a imaginar Davi que dança “com todas as suas forças diante do Senhor”. Disse ainda que “nos fará bem repetir as palavras do Salmo 23 que rezamos hoje: “Levantai, ó portas, os vossos frontões, elevai-vos antigos portais, para que entre o rei da glória! Quem é este Rei da glória? É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.

Senhor, livra o teu povo do clericalismo

Pontífice explica que todos os batizados são profetas

Por Redacao

ROMA, 16 de Dezembro de 2013 (Zenit.org) – Quando falta a profecia na Igreja, falta a própria vida de Deus e predomina o clericalismo, disse o papa Francisco na homilia desta terceira segunda-feira do Advento, ao celebrar a missa na Casa Santa Marta.

O profeta, disse o papa ao comentar as leituras do dia, é aquele que escuta as palavras de Deus, sabe enxergar o momento e projetar o futuro. “Ele tem dentro dele esses três momentos”: o passado, o presente e o futuro.

“O passado: o profeta é consciente da promessa, ele tem no coração a promessa de Deus, a mantém viva, se lembra dela, a repete. Depois ele olha para o presente, para o seu povo, e sente a força do Espírito para dizer uma palavra que o ajude a se levantar, a continuar no caminho em direção ao futuro. O profeta é um homem de três tempos: promessa do passado, contemplação do presente, valentia para apontar o caminho rumo ao futuro. Nosso Senhor sempre protegeu o seu povo, com os profetas, nos momentos difíceis, nos momentos em que o povo se desanimava ou era destruído, quando não tinha o templo, quando Jerusalém estava sob o poder dos inimigos, quando o povo se perguntava: ‘Mas, Senhor, tu nos fizeste essa promessa! O que está acontecendo agora?’”.

É o que “aconteceu no coração de Maria”, explicou o pontífice, “quando ela estava aos pés da cruz”. Nessas horas “é necessário o agir do profeta. E o profeta nem sempre é bem recebido. Muitas vezes ele é rejeitado. Jesus mesmo disse aos fariseus que os pais deles assassinaram os profetas, porque os profetas diziam coisas que não eram agradáveis: diziam a verdade, recordavam a promessa! E quando falta a profecia no povo de Deus, falta a vida do Senhor! (…) Quando não há profecia, predomina o legalismo”. Assim, no Evangelho, “os sacerdotes pediam a Jesus a cartilha da legalidade: ‘Com que autoridade fazes tais coisas? Nós somos os senhores do templo!’. Eles não entendiam as profecias. Tinham se esquecido da promessa! Eles não sabiam ler os sinais do momento, não tinham nem olhos penetrantes nem tinham escutado a Palavra de Deus: só tinham a autoridade!”.

“Quando não há profecia no povo de Deus, o vazio é ocupado pelo clericalismo: e é esse clericalismo que pergunta a Jesus: ‘Com que autoridade tu fazes estas coisas? Com que legalidade?’. E a memória da promessa e a esperança de seguir em frente ficam reduzidas apenas ao presente, sem passado e sem um futuro esperançador. O presente é a legalidade: se isso é legal, então vá em frente”.

Mas quando reina o legalismo, “a Palavra de Deus fica de fora e o povo de Deus chora no seu coração, porque não encontra o Senhor: falta a profecia”. Ele chora “como chorava a mãe Ana, a mãe de Samuel, pedindo a fecundidade do povo, a fecundidade que vem da força de Deus, quando Ele desperta a memória da sua promessa e nos empurra para o futuro com a esperança. Este é o profeta! Este é o homem do olho penetrante que escuta as palavras de Deus”.

“Que a nossa oração neste período em que nos preparamos para o Natal do Senhor seja esta: ‘Senhor, que não faltem os profetas no teu povo!’. Todos nós, batizados, somos profetas. ‘Senhor, que não nos esqueçamos da tua promessa! Que não nos cansemos de seguir em frente! Que não nos encerremos no legalismo que fecha as portas! Senhor, livra o teu povo do espírito do clericalismo e ajuda-o com o espírito da profecia!’”.

A alegria e a “fraqueza” de Deus para com os pecadores reencontrados

Na homilia em Santa Marta, Papa Francisco recorda a solicitude do Bom Pastor para com a ovelha perdida que triunfa sobre a “murmuração hipócrita” dos homens

Por Luca Marcolivio

ROMA, 07 de Novembro de 2013 (Zenit.org) – Jesus, os fariseus e os publicanos, o pecado e a hipocrisia, a ovelha perdida. Esta manhã, durante a homilia na Santa Marta, Papa Francisco voltou com uma das ‘chaves de leitura’ de sua pregação: a misericórdia de Deus que triunfa sobre o mal e a mesquinhez dos homens.

O Evangelho de hoje (cf. Lc 15,1-10), explicou o Papa, mostra o espanto dos escribas e fariseus em relação a Jesus, percebido como uma “ameaça” por sua proximidade com os pecadores e que, por essa razão, “ofende a Deus” e “contamina o ministério do profeta”.

Mas Jesus tacha a “música da hipocrisia” de seus adversários e a “murmuração hipócrita” deles, e responde com uma “alegre parábola” em que destaca a “alegria de Deus” diante da ação de seu Filho que perdoa os pecadores.

De fato, Deus “não gosta de perder”, então, vai em busca “daqueles que estão longe dEle. Como o pastor que vai em busca da ovelha perdida”. Seu “trabalho” é buscar qualquer criatura e “convidar para a festa de todos, bons e maus”.

Deus não quer perder nenhum dos seus, assim como Jesus revela na oração da Quinta-feira Santa: “Pai, que não se perda nenhum daqueles que tu me deste”.

Em sua busca pelos homens, Deus ” tem uma certa fraqueza de amor para com aqueles que estão mais distantes, que estão perdidos”, disse o Papa. Esta busca não para, como o pastor do Evangelho de hoje, que procura incansavelmente sua ovelha ou como a mulher da parábola ” que quando perde uma moeda acende a luz, varre a casa e procura cuidadosamente”.

O reencontro da ovelha perdida, no entanto, não diz respeito apenas a ela e ao pastor, mas deve envolver as noventa e nove restantes que permaneceram no campo, e ninguém lhe pode dizer mas “tu és uma de nós” para que volte a ganhar a “dignidade”. Sem distinção, “Deus coloca tudo nos seus lugares” e ao fazê-lo “se alegra” sempre.

“A alegria de Deus não é a morte do pecador, mas a sua vida”, acrescentou o Santo Padre, destacando o comportamento daqueles que “murmuravam contra Jesus”: pessoas “distantes do coração de Deus”, que “não o conheciam”, que identificavam o ser religioso pela boa educação. Esta atitude, no entanto, não tem nada a ver com a fé, mas apenas com a “hipocrisia de murmurar”.

A alegria de Deus é “aquela do amor” que vai infinitamente além de nossa vergonha, e do nosso senso de indignidade. Se um homem diz: “Eu sou um pecador “, a resposta de Deus será sempre: “Eu te amo do mesmo jeito e eu vou encontrá-lo e levá-lo para casa”.

Missa conclusiva da Jornada Mundial da Família. Homilia completa do Papa

A família que reza, a família que conserva a fé e a família que vive a alegria.

ROMA, 27 de Outubro de 2013 (Zenit.org) – As leituras deste domingo nos convidam a meditar sobre algumas características fundamentais da família cristã.

1. A primeira: a família que reza. O trecho do Evangelho coloca em evidência dois modos de rezar, um falso – aquele do fariseu – e outro autêntico – aquele do publicano. O fariseu encarna uma atitude que não exprime a gratidão a Deus pelos seus benefícios e a sua misericórdia, mas sim satisfação de si. O fariseu se sente justo, se sente no lugar, se apoia nisso e julga os outros do alto de seu pedestal. O publicano, ao contrário, não multiplica as palavras. A sua oração é humilde, sóbria, permeada pela consciência de sua própria indignidade, das próprias misérias: este é um homem que realmente se reconhece necessitado do perdão de Deus, da misericórdia de Deus. A oração do publicano é a oração do pobre, é a oração que agrada a Deus, que, como diz a primeira Leitura “chega às nuvens” (Eclo 35, 20), enquanto a do fariseu é sobrecarregada pelo peso da vaidade.

À luz desta Palavra, gostaria de perguntar a vocês, queridas famílias: rezam alguma vez em família? Alguns sim, eu sei. Mas tantos me dizem: como se faz? Mas, se faz como o publicano, é claro: humildemente, diante de Deus. Cada um com humildade se deixa olhar pelo Senhor e pede a sua bondade, que venha a nós. Mas, em família, como se faz? Porque parece que a oração seja algo pessoal e então não há nunca um momento adequado, tranquilo, em família… Sim, é verdade, mas é também questão de humildade, de reconhecer que temos necessidade de Deus, como o publicano! E todas as famílias têm necessidade de Deus: todos, todos! Necessidade da sua ajuda, da sua força, da sua benção, da sua misericórdia, do seu perdão. E é necessário simplicidade: para rezar em família, é necessário simplicidade! Rezar junto o “Pai Nosso”, em torno da mesa, não é algo extraordinário: é algo fácil. E rezar junto o Rosário, em família, é muito bonito, dá tanta força! E também rezar um pelo outro: o marido pela esposa, a esposa pelo marido, ambos pelos filhos, os filhos pelos pais, pelos avós… Rezar um pelo outro. Isto é rezar em família, e isto torna forte a família: a oração.

2. A Segunda Leitura nos sugere um outro ponto: a família conserva a fé.O apóstolo Paulo, no fim de sua vida, faz um balanço fundamental e diz: “Conservei a fé” (2 Tm 4, 7). Mas como a conservou? Não em um cofre! Não a escondeu sob a terra, como aquele servo um pouco preguiçoso. São Paulo compara a sua vida a uma batalha e a uma corrida. Conservou a fé porque não se limitou a defendê-la, mas a anunciou, irradiou-a, levou-a longe. Colocou-se do lado oposto a quem queria conservar, “embalsamar” a mensagem de Cristo nos confins da Palestina. Por isto fez escolhas corajosas, foi a territórios hostis, deixou-se provocar pelos distantes, por culturas diversas, falou francamente sem medo. São Paulo conservou a fé porque, como a havia recebido, doou-a, indo às periferias sem se apegar a posições defensivas.

Também aqui, podemos perguntar: de que modo nós, em família, conservamos a nossa fé? Nós a temos para nós, na nossa família, como um bem privado, como uma conta no banco, ou sabemos partilhá-la com o testemunho, com o acolhimento, com a abertura aos outros? Todos sabemos que as famílias, especialmente as mais jovens, muitas vezes são “apressadas”, muito ocupadas: mas alguma vez já pensaram que esta “corrida” pode ser também a corrida da fé? As famílias cristãs são famílias missionárias. Mas, ontem ouvimos, aqui na Praça, o testemunho de famílias missionárias. São missionárias também na vida de todos os dias, fazendo as coisas de todos os dias, colocando em tudo o sal e o fermento da fé! Conservar a fé na família e colocar o sal e o fermento da fé nas coisas do cotidiano.

3. Um último aspecto recebemos da Palavra de Deus: a família que vive a alegria. No Salmo responsorial encontra-se esta expressão: “os pobres escutem e se alegrem” (33/34, 3). Todo este Salmo é um hino ao Senhor, origem de alegria e de paz. E qual é o motivo deste alegrar-se? É este: o Senhor está próximo, escuta o grito dos humildes e os livra do mal. Escrevia ainda São Paulo: “Alegrai-vos sempre…o Senhor está próximo” (Fil 4, 4-5). É…eu gostaria de fazer uma pergunta hoje. Mas, cada um leve-a ao seu coração, a sua casa, como uma tarefa a fazer, certo? E se responda sozinho. Como está a alegria na sua casa? Como está a alegria na sua família? E dêem vocês a resposta.

Queridas famílias, vocês sabem bem: a verdadeira alegria que se desfruta na família não é algo superficial, não vem das coisas, das circunstâncias favoráveis…A alegria verdadeira vem da harmonia profunda entre as pessoas, que todos sentem no coração, e que nos faz sentir a beleza de estar junto, de apoiar-nos uns aos outros no caminho da vida. Mas na base deste sentimento de alegria profunda está a presença de Deus, a presença de Deus na família, está o seu amor acolhedor, misericordioso, respeitoso para com todos. E, sobretudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, em família, a ter este amor paciente, um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Somente Deus sabe criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a harmonia, prevalecem os individualismos e se extingue a alegria. Em vez disso, a família que vive a alegria da fé a comunica espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.

Queridas famílias, vivam sempre com fé e simplicidade, como a Sagrada Família de Nazaré. A alegria e a paz do Senhor estejam sempre com vocês!

(Tradução Canção Nova / Jéssica Marçal)