Na ONU, Brasil vota SIM em proposta de retirar dos pais a “autoridade sobre a educação sexual dos filhos”

30 nov 2017

Por Carmadélio Souza
O controle dos pais sobre o modo como as crianças serão expostas à educação sexual na sala de aula foi debatido na semana passada numa comissão das Nações Unidas dedicada ao tema da infância.

A proposta era que, após a leitura do Terceiro Comitê da 72ª Sessão, fosse aprovada uma resolução recomendando que crianças pequenas pudessem ser expostas a aulas sobre sexo sem a necessidade de os pais serem informados. Entre os favoráveis estava o Brasil.

A maneira como votou cada país pode ser visto aqui. Y (sim) é para barrar as resoluções e N (não) é para sua aprovação.

Contudo, após a manifestação contrária dos Estados Unidos, que sob o governo Trump tem impedido o avanço das agendas liberais, os países do continente africano votaram em massa uma emenda contrária. A exceção foi a África do Sul, que ficou ao lado dos países europeus, que sugeriram a mudança.

Sendo assim, a autoridade dos pais sobre a educação sexual dos filhos está, temporariamente, garantida.

O Center for Family and Human Rights, uma ONG pró-vida, explica que o bloco africano e a pequena nação caribenha de Santa Lúcia orquestraram a votação que barrou – com 90 votos a favor da mudança e 78 contrários – as três resoluções abusivas.

Os africanos, liderados pelo Egito, foram inflexíveis, deixando claro que se oporiam a qualquer resolução das Nações Unidas que não levassem em conta a necessidade de “orientação dos pais e dos responsáveis legais”.

Santa Lúcia foi a primeira a propor uma alteração em parágrafos que falavam sobre crianças e adolescentes, que para a ONU são pessoas a partir dos 10 anos de idade.

“Os pais e a família desempenham um papel importante na orientação das crianças”, disse a delegada de Santa Lúcia na Assembleia Geral, insistindo que a linguagem original da resolução não era “adequada”, pois colocava a opinião dos pais em pé de igualdade a das crianças e dos professores.

Ela lembrou a todos do tratado da própria ONU sobre os direitos da criança, que reconhece o papel dos pais no direcionamento da educação de seus filhos.

Visivelmente frustrados, os delegados europeus e latino-americanos pediram uma votação sobre essas emendas. Acabaram vendo prevalecer a vontade dos países mais conservadores.

A União Europeia disse que não “virou a página” sobre educação sexual, indicando que o tema voltará a ser votado. Na mesma linha, os delegados da América Latina chamaram o texto final de “altamente problemático”.

O representante do Canadá disse: “não podemos aceitar isso”. Um delegado australiano afirmou que eles estavam “extremamente decepcionados”.

O delegado da Noruega foi o mais transparente, deixando claro que não podiam aceitar a premissa da emenda porque “as crianças devem decidir de forma livre e autônoma” sobre assuntos que envolvam saúde sexual e reprodutiva.

O representando egípcio, falando em nome dos países africanos, respondeu com igual transparência: “Nossa cultura africana respeita os direitos dos pais” e “rejeita as tentativas de alguns países de impor seu sistema educacional sobre nós”.

Os Estados Unidos e o Vaticano se pronunciaram, enfatizando o papel dos pais na educação sexual e rejeitaram o aborto como um componente da saúde sexual e reprodutiva.

As agências das Nações Unidas continuarão promovendo “educação abrangente sobre sexualidade” através de seus escritórios em todo o mundo. A falta de consenso sobre a questão na comissão frustrou as tentativas de legitimar a erotização precoce como um programa oficial da ONU.

Via G prime, Fonte; ONU e Center for Family and Human Rights

ONU repete o nazismo ao sugerir aborto de crianças com Down, denuncia ativista pró-vida

Uma jovem de 21 anos, portadora da síndrome de Down, fez um discurso impressionante em uma das reuniões da Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (CDH) no início deste ano. Agora, ela publicou uma carta aberta, que vem chamando atenção para a agenda abortista da ONU, amplamente ignorada pela mídia.

Charlotte Helene Fien defendeu seu direito de viver após o advogado Yadh Ben Achour, representante da Tunísia na Comissão encorajar a adoção de uma lei que proteja as mulheres grávidas que desejam abortar filhos com Síndrome de Down. O posicionamento de Fien, que está se tonando um símbolo mundial do ativismo pró-vida, deixou os representantes da ONU  atordoados. Ela foi aplaudida de pé após seu discurso veemente.

O tunisiano Achour declarou – em uma reunião oficial da Comissão – acreditar que o aborto é um “meio viável” para prevenir que crianças vivam com “desvantagem” ao longo de toda uma vida. Ele sugeriu que a questão fosse debatida pelo CDH e acrescentou: “Nós podemos evitar as desvantagens e devemos fazer tudo o que pudermos para evitá-las”.

A resposta de Fien tanto no vídeo quanto na carta aberta, divulgada pela ONG Live Acition esta semana questiona o raciocínio de que pessoas como ela deveriam ser abortadas por mães que muitas vezes não entendem o que é o Down. Além de afirmar que fica “profundamente ofendida” e se sente atacada por uma instituição que deveria defender os direitos de todos, inclusive das pessoas com deficiência.

“Eu sou um ser humano como você. Nossa única diferença é um cromossomo extra”, escreveu ela. “E parece que meu cromossomo extra me deixa muito mais tolerante que o senhor”.

A argumentação de Fien é que a ONU se comporta como os nazistas, promovendo de maneira disfarçada a eugenia. Além de seis milhões de judeus, a ideologia de Adolf Hitler, que defendia uma “pureza de raça” assassinou entre 1939 e 1945 milhares de deficientes, ciganos, negros e homossexuais.

“Sua proposta é nojenta e má. Você precisa pedir desculpas pelos seus horríveis comentários. Você também deve ser retirado da posição de especialista que ocupa no Conselho de Direitos Humanos. Você não é um especialista em síndrome de Down. Você, senhor, não pode falar em nome da minha comunidade…. Se outras características hereditárias, como a cor da pele, fossem usadas para erradicar um grupo de pessoas, o mundo gritaria. Por que vocês não estão chorando quando pessoas como eu estão sendo extintas? O que fizemos para fazer vocês quererem que desapareçamos? Até onde sei, pessoas como eu não odeiam, discriminam nem cometem crimes”, disse Fien na carta, que foi postada nas redes sociais, gerando uma onda de apoio a ela e em solidariedade às pessoas com deficiência.
Aborto de pessoas com Down
Diversas reportagens veiculadas na imprensa internacional, que tiveram repercussão também no Brasil, mostram como existe um número crescente de mães e pais, nos Estados Unidos e em alguns países da Europa, que decidem pelo aborto ao saberem que a criança terá síndrome de Down.

Após testes pré-natais coletando-se uma amostra de sangue da mãe na terceira semana de gestação, é possível identificar quem possui trissomia 21, condição genética que leva ao nascimento de crianças com síndrome de Down.

Nos Estados Unidos o número de abortos de fetos diagnosticados com trissomia 21 foi de 67% (estatística do período 1995-2011). Na França, chegou a 77% (2015), no Reino Unido a média é de 90% (2011). Na Dinamarca o número chega 98% (2015). Mas é na Islândia que a questão tomou proporções inimagináveis, pois praticamente 100% dos casos resultam em aborto.

Fonte: Faith Wire