Descrição do Logotipo do Ano da Misericórdia

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O logotipo e o lema colocados juntos oferecem uma feliz síntese do Ano jubilar. O lema Misericordiosos como o Pai (retirado do Evangelho de Lucas, 6,36) propõe viver a misericórdia no exemplo do Pai que pede para não julgar e não condenar, mas perdoar e dar amor e perdão sem medida (cfr. Lc 6,37-38). O logotipo – obra do Padre jesuíta Marko I. Rupnik – apresenta-se como uma pequena suma teológica do tema da misericórdia. Mostra, na verdade, o Filho que carrega aos seus ombros o homem perdido, recuperando uma imagem muito querida da Igreja primitiva, porque indica o amor de Cristo que realiza o mistério da sua encarnação com a redenção. O desenho é feito de tal forma que realça o Bom Pastor que toca profundamente a carne do homem, e o faz com tal amor capaz de lhe mudar a vida. Além disso, um detalhe não é esquecido: o Bom Pastor com extrema misericórdia carrega sobre si a humanidade, mas os seus olhos confundem-se com os do homem. Cristo vê com os olhos de Adão e este com os olhos de Cristo. Cada homem descobre assim em Cristo, novo Adão, a própria humanidade e o futuro que o espera, contemplando no Seu olhar o amor do Pai.
A cena é colocada dentro da amêndoa, também esta figura cara da iconografia antiga e medieval que recorda a presença das duas naturezas, divina e humana, em Cristo. As três ovais concêntricas, de cor progressivamente mais clara para o exterior, sugerem o movimento de Cristo que conduz o homem para fora da noite do pecado e da morte. Por outro lado, a profundidade da cor mais escura também sugere o mistério do amor do Pai que tudo perdoa.

O que é indulgência plenária? Como alcançá-la no Ano da Misericórdia?

POR PROF. FELIPE AQUINO 23 DE NOVEMBRO DE 2015 CATEQUESE

A doutrina e o uso das indulgências na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, e vem dos Apóstolos.

“Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos”. (Norma 1 do Manual das Indulgências).

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados (n. 1498).

O pecado tem duas consequências: a culpa e a pena. A culpa é perdoada na Confissão; a pena, que é a desordem que o pecado provoca no pecador e nos outros, e que precisa ser reparado, é eliminada pela indulgência que pode ser plenária (total) ou parcial.

De acordo com o Manual das Indulgências, para se ganhar uma indulgência plenária (uma vez por dia apenas), para si mesmo ou para as almas, deve-se fazer:

a) uma Confissão individual rejeitando todos os pecados (basta uma Confissão para várias indulgências);

b) receber a Sagrada Eucaristia;

c) rezar pelo Papa ao menos um Pai-nosso e uma Ave-Maria.

Não é necessário que tudo seja feito no mesmo dia. Além disso, escolher uma dessas práticas:

1- Adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora (concessão n. 3)

2- Leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora (concessão n. 50);

3 – Piedoso exercício da Via Sacra (concessão n. 63);

4- Recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório ou na família ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação (concessão n. 63).

Leia também: Indulgências: O que são?

Qual a importância das Indulgências?

Obras e orações indulgenciadas

Carta do Papa Francisco com motivo do Ano da Misericórdia

Para o Ano da Misericórdia o Papa Francisco autorizou outros meios de “alcançar misericórdia” por meio da indulgência plenária. Esta prática pode, então, substituir uma das quatro opções citadas acima: Rosário, ou Adoração do Santíssimo, ou Via Sacra, ou leitura bíblica meditada.

Segundo a carta do Papa Francisco a D.Rino Fisichella, presidente do pontifício conselho para a promoção da nova evangelização, se concede a indulgência para o Ano Santo:

1- PEREGRINAÇÃO ATÉ A PORTA SANTA

“Para viver e obter a indulgência os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão”.

2-DOENTES E PESSOAS IMPOSSIBILITADAS

“Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até à Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, que muitas vezes se encontram em condições de não poder sair de casa. Viver com fé e esperança jubilosa este momento de provação, recebendo a comunhão ou participando na santa Missa e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.

Ouça também: O que é a Indulgência Plenária?

3-ENCARCERADOS

“O meu pensamento dirige-se também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. Nas capelas dos cárceres poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que este gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.

4-OBRAS DE MISERICÓRDIA ESPIRITUAIS OU CORPORAIS

“Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente obterá sem dúvida a indulgência jubilar. Daqui o compromisso a viver de misericórdia para alcançar a graça do perdão completo e exaustivo pela força do amor do Pai que não exclui ninguém. Portanto, tratar-se-á de uma indulgência jubilar plena, fruto do próprio evento que é celebrado e vivido com fé, esperança e caridade”.

5-FIÉIS FALECIDOS

“A indulgência jubilar pode ser obtida também para quantos faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na celebração eucarística, também podemos, no grande mistério da comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraçá-los na beatitude sem fim”.

6-FIÉIS QUE FREQUENTAREM IGREJAS DA FRATERNIDADE SÃO PIO X

[A Indulgência também] “é dirigida aos fiéis que por diversos motivos sentem o desejo de frequentar as igrejas oficiadas pelos sacerdotes da Fraternidade São Pio X. Movido pela exigência de corresponder ao bem destes fiéis, estabeleço por minha própria vontade que quantos, durante o Ano Santo da Misericórdia, se aproximarem para celebrar o Sacramento da Reconciliação junto dos sacerdotes da Fraternidade São Pio X, recebam validamente e licitamente a absolvição dos seus pecados”.

Que neste Ano Santo que se iniciará, saibamos aproveitar a oportunidade para vivê-lo intensamente e buscar ir ao encontro dessa fonte inesgotável de misericórdia que nasce do Coração de Deus.

Prof. Felipe Aquino

10 perguntas essenciais sobre o Ano Santo da Misericórdia

POR PROF. FELIPE AQUINO 7 DE DEZEMBRO DE 2015 CATEQUESE

Um ótimo resumo com tudo o que você precisa saber sobre este grande acontecimento da Igreja Católica

No próximo dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição, o Papa Francisco abrirá a Porta Santa na Basílica de São Pedro de Roma, ao mesmo tempo em que serão abertas as portas santas de todas as dioceses do mundo, para que todos possam viver o Jubileu.

Apresentamos, a seguir, 10 perguntas essenciais sobre como viver o Ano Santo, de acordo com a bula papal “Misericordiae vultus” (MV), com a qual o Papa convocou este jubileu.

1. O que é um Ano Santo ou Jubileu Extraordinário?

Na tradição católica, o Jubileu é o ano que a Igreja proclama para que as pessoas se convertam em seu interior e se reconciliem com Deus, por meio da penitência, da oração, da caridade, dos sacramentos e da peregrinação, “porque a vida é uma peregrinação e o homem é um peregrino” (MV 14).

Em todos os anos santos é possível ganhar indulgências, graças especiais que a Igreja concede e que podem ser aplicadas à remissão dos próprios pecados e suas penas, ou também aos defuntos que estão no purgatório.

O lema deste Ano Santo é “Misericordiosos como o Pai”, e a principal intercessora do Jubileu é Nossa Senhora de Guadalupe, Mãe de misericórdia.

A cada 25 anos, a Igreja celebra um Ano Santo Ordinário. O próximo será em 2025. Fora dos anos santos ordinários, a celebração do Ano Santo é “extraordinária”.

2. Por que este Ano Santo é o da misericórdia?

O Papa quis que o tema fosse a misericórdia para nos unir mais ao rosto de Cristo, no qual se reflete a misericórdia do Pai, que é “rico em misericórdia” (MV 1). A misericórdia é superior à justiça. Deus é justo, mas vai muito além da justiça, com sua misericórdia e seu perdão. E é isso que podemos vivenciar neste Ano Santo.

3. Quando começa e quando termina este Ano Santo?

O Ano Santo começa no dia 8 de dezembro de 2015, com a celebração dos 50 anos do final do Concílio Vaticano II, e termina na festa de Cristo Rei, em 20 de novembro de 2016, o último dia do ano litúrgico.

4. O que o Papa pede que façamos?

O Papa Francisco insiste na iniciativa “24 horas para o Senhor, que desejo que seja celebrada em toda a Igreja”, entre a sexta-feira e o sábado antes do 4º domingo da Quaresma, porque “é expressão desta necessidade da oração”.

Além disso, ele aconselha que pratiquemos as obras de misericórdia, além de viver intensamente a oração, o jejum e a caridade na Quaresma (MV 17); também recomenda que nos confessemos, para poder receber melhor as graças do ano jubilar. E que cada um realize uma peregrinação, de acordo com suas capacidades, para atravessar a Porta Santa.

5. É preciso ir a Roma para atravessar a Porta Santa e ganhar indulgências?

Não. Você pode ir à catedral da sua diocese ou às igrejas e basílicas destinadas a isso. Em cada diocese haverá uma Porta Santa e, cruzando-a, você ganhará as indulgências do Ano Santo (quando a peregrinação for acompanhada de confissão, comunhão no dia da peregrinação, um ato de fé – recitação do Credo – e uma oração pelo Papa).

6. O que são as obras de misericórdia?

Existem 14 obras de misericórdia, 7 espirituais e 7 corporais.

Obras de misericórdia corporais:

1-Dar de comer a quem tem fome;
2-Dar de beber a quem tem sede;
3-Vestir os nus;
4-Visitar os doentes;
5-Visitar os presos;
6-Acolher os peregrinos;
7-Enterrar os mortos.

Obras de misericórdia espirituais:

1-Dar bom conselho;
2-Corrigir os que erram;
3-Ensinar os ignorantes;
4-Suportar com paciência as fraquezas do próximo;
5-Consolar os aflitos;
6-Perdoar os que nos ofenderam;
7-Rezar pelos vivos e pelos mortos.

7. O que são e o que fazem os “missionários da misericórdia”?

O Papa Francisco anunciou que enviará padres em todas as dioceses, chamados “missionários da misericórdia”, os quais poderão celebrar missões pregadas nas paróquias e despertar o chamado à misericórdia. Além disso, poderão perdoar pecados muito grandes, como crimes mafiosos, assassinatos cometidos para enriquecer, bem como o gravíssimo pecado da corrupção.

8. É necessário se confessar no Ano Santo?

Durante o Ano Santo, a reconciliação com Deus é vivida especialmente através do sacramento da confissão, muito unido ao da Eucaristia. É aconselhável confessar-se várias vezes ao longo do Jubileu, para experimentar mais profundamente a misericórdia de Deus.

9. Qual é a importância do Ano Santo no pontificado de Francisco?

O centro do pontificado do Papa Francisco é a misericórdia de Deus e, portanto, este ano jubilar é o cume do seu pontificado.

10. O Ano Santo é importante para outras religiões?

A misericórdia “ultrapassa os confins da terra” (MV 23); ela nos relaciona com o judaísmo, como se vê no Antigo Testamento, em que a misericórdia de Deus é evidente; também os relaciona com o islamismo, que atribui ao Criador os nomes de “misericordioso” e “clemente”. O Papa Francisco pede o diálogo com todas as “nobres tradições religiosas” do mundo.

O que é um jubileu?

POR PROF. FELIPE AQUINO 24 DE NOVEMBRO DE 2015 VOCÊ SABIA?

A Celebração do Jubileu católico tem origem no Jubileu hebraico, onde a cada 50 anos, durante um ano, chamado ano sabático, eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas e as terras deixavam de ser cultivadas, entre outras coisas. Essas comemorações são referenciadas na Bíblia, podemos verificar em Levítico 25,8.

Na tradição católica também tem a duração de um ano, mas tem sentido mais espiritual, consistindo no perdão dos pecados dos fiéis que cumprem certas disposições estabelecidas pelo Vaticano (Indulgências).

O que é indulgência plenária? Como alcançá-la no Ano da Misericórdia?

A Igreja Católica tomou como influência o jubileu hebraico e lhe deu um sentido mais espiritual. Nesse ano se dá um perdão geral, indulgências e se faz um chamado a aprofundar a relação com Deus e com o próximo. Por isso, cada Ano Santo é uma oportunidade para alimentar a fé e renovar o compromisso de ser um testemunho de Cristo. Também é um convite à conversão.

O primeiro ano jubilar foi convocado em 1300 pelo Papa Bonifácio VIII. Estabeleceu-se que os seguintes jubileus se comemorassem a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos um em sua vida.

Qual é a diferença entre Ano Santo e Jubileu?

POR PROF. FELIPE AQUINO 25 DE NOVEMBRO DE 2015 VOCÊ SABIA?

A celebração do jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado particular. Esta festa se realizava a cada 50 anos.

Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava.

Na Bíblia encontramos algumas passagens nas quais se menciona a celebração judaica. Talvez a mais importante se encontre no Levítico (Lv 25,8).

A palavra jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria.

A celebração de um Jubileu acontece durante um ano, assim esse ano passa ser chamado “ANO SANTO” ou “ANO JUBILAR”. A designação de “Ano Santo” começou a ser utilizada pelo Papa Sixto IV no Jubileu de 1475.