Planned Parenthood admite que sua prioridade é o aborto

“Com nova presidente, a Planned Parenthood finalmente admite que seu foco é o aborto

A organização finalmente está fazendo uma confissão que deveria fazer com que políticos de todos os Estados Unidos repensassem os 500 milhões de dólares que ela recebe do bolso dos contribuintes Quanto mais pessoas souberem em que tipo de negócio a Planned Parenthood está metida, melhor PixabayA nova presidente da Planned Parenthood tem um ponto forte a seu favor: ela não tem vergonha de dizer a verdade. Leana Wen, a sucessora de Cecile Richards, está finalmente admitindo o que todos nós já sabemos há muito tempo: a Planned Parenthood pode falar sobre uma grande variedade de assuntos, mas só se importa realmente com um deles: aborto.
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Depois de 12 anos tentando fazer o seu negócio de abortos passar despercebido, a Planned Parenthood estabelece uma nova estratégia sob a direção de Wen: dizer as coisas como elas são. 
Nossas Convicções: Defesa da vida desde a concepção
Depois que uma reportagem do Buzzfeed insinuou que a médica chino-americana quer que o grupo “foque na assistência médica não-abortiva”, Wen surpreendeu a todos dizendo exatamente qual é a prioridade real da Planned Parenthood. “Nossa missão central é oferecer, proteger e expandir o acesso ao aborto e à saúde reprodutiva. Nós nunca recuaremos nessa batalha”, tuitou ela. “É um direito humano fundamental e a vida das mulheres está em jogo”. 
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Seu tuíte, que foi complementado com defesas do aborto ainda mais militantes, explodiu mais de uma década de subterfúgios e figuras de linguagem com apenas alguns bits. A Planned Parenthood, que limpou meticulosamente qualquer referência ao aborto em seus pronunciamentos públicos no tempo de Richards, está finalmente fazendo uma confissão que deveria fazer com que políticos de todos os Estados Unidos repensassem os 500 milhões de dólares que ela recebe do bolso dos contribuintes. 
A verdade não fazia muito bem aos negócios, observa Philip Wegmann, do Washington Examiner, sobre a Planned Parenthood. Para sufocar as críticas de que o governo estava financiando a maior rede abortiva do país, Richards costumava repetir que os abortos correspondiam a apenas 3% dos seus serviços – como se não houvesse nada de errado em matar se você só faz isso de vez em quando, diz Wegmann. Até veículos como o Slate e o Washington Post recusavam essa estatística como sem sentido e enganosa. 
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Durante anos, a Planned Parenthood defendeu enfaticamente a estatística dos 3%, e a cumplicidade da imprensa a replicou de forma acrítica. Sua ex-presidente Cecile Richards a repetiu durante um depoimento no Congresso. Jornalistas da CNN, do Politico e do New York Times a publicaram sem questioná-la. O número foi repetido tantas vezes que se tornou uma mentira blindada.
Explicar a verdade seria um desastre para a Planned Parenthood. O Congresso talvez não assinasse tantos cheques dos contribuintes se o público soubesse que a maior rede de abortos lucra, de fato, através da realização de abortos – 328.348 abortos por ano, de acordo com seu último relatório anual. 
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Talvez, como apontam outras pessoas, a nova estratégia de Wen seja a sua forma de atrair a nova maioria da Casa. Afinal, a presidente da Câmara, Nancy Pelosi (dos democratas da Califórnia), já prometeu que a sua pauta seria “pró-escolha”. A honestidade de Wen pode ser, porém, um tiro no pé diante dos eleitores. Mais da metade deles (55%) não sabem que a Planned Parenthood faz abortos – imagine só se souberem que é a maior rede de abortos do país. 
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A mídia gosta de falar sobre o apoio que a Planned Parenthood tem junto às bases. Mas, como diz o instituto de estatísticas Gallup, “não está claro se os norte-americanos têm uma opinião favorável à Planned Parenthood por causa do seu papel no debate sobre o aborto ou apesar dele”.
No fim, a confissão de Wen pode ter sido um favor para o lado pró-vida. Quanto mais pessoas souberem em que tipo de negócio a Planned Parenthood está metida, melhor. 

Tony Perkins é presidente do Family Research Council 

Tradução: Felipe Sérgio Koller.”

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O que os jornalistas não sabem sobre ideologia de gênero

Afinal, a ideologia de gênero existe mesmo ou não passa de “uma invenção da Igreja Católica”? Será que o mundo em que vivem nossos jornalistas é o mesmo em que nós vivemos?

Equipe Christo Nihil Praeponere10 de Janeiro de 2019

“O jornalismo é popular, mas é popular principalmente como ficção. A vida é um mundo, e a vida vista nos jornais é outro”. Dizem que foi Chesterton o autor dessa observação genial sobre a veracidade dos periódicos, tablóides, revistas e diários que compõem a chamada grande mídia. De fato, o abismo entre o universo jornalístico e a vida cotidiana é uma coisa que parece se agravar ano após ano, sobretudo para a imprensa tradicional. Acostumados aos velhos jargões e ao ritmo frenético da modernidade — o que dificulta o estudo e a meditação séria sobre temas delicados —, muitos jornalistas acabam reféns da própria indigência e, de quebra, não conseguem fazer a mínima avaliação da realidade sem o auxílio de algum intelectual chique ou de cacoetes obsoletos.

Outro dia um jornalista dizia para seus ouvintes na rádio que a “ideologia de gênero” era — atenção — “uma invenção da Igreja Católica”. Como se os padres e leigos que lotaram as câmaras municipais há alguns anos, exigindo a retirada das questões de gênero dos planos de educação, não tivessem mais nada que fazer do que inventar “moinhos de vento” para combater a ferro e fogo.

“Qualquer pedaço de pau serve para bater na Igreja Católica.”

Declarações como essas, no entanto, aparecem aos montes nos jornais, e mesmo profissionais bem intencionados acabam cedendo à tentação neriana de colocar a culpa sempre nos cristãos. A regra é clara: se os casos de AIDS aumentam no país, a culpa é da Igreja e da sua doutrina medieval contra o sexo antes do casamento; se algum maluco abusa de uma moça no ônibus, a culpa é da Igreja machista que não aceita a ordenação de mulheres; se a economia está mal, é por causa do voto de pobreza dos santos católicos. Os exemplos variam e a história se repete: sim, senhores, “qualquer pedaço de pau serve para bater na Igreja Católica”.

Nada é mais ideológico do que isso. Trocando em miúdos, ideologia é uma forma de argumentação retórica para sustentação de uma tese obtida de antemão, ou seja, sem os devidos métodos filosóficos e empíricos de encontro da verdade. O ideólogo já está convencido da sua teoria, e vai usar qualquer estratagema para defendê-la, apesar da realidade e a natureza das coisas. Desse modo, ele não precisa ler, estudar ou ouvir os argumentos adversários. Para vencer o debate, basta-lhe acusar os oponentes de alguma coisa infamante, com base em algum preconceito generalizado, e pronto.

Esse tipo de atitude é prontamente repetida nas redações de quase todos os jornais da grande mídia. Afinal de contas, por que um jornalista perderia tempo com algum livro ou trabalho científico se pode simplesmente explicar uma situação pelo esquema ideológico do chefe? No caso da polêmica sobre o gênero, imaginem quantos desses profissionais leram, alguma vez, os textos da Conferência do Cairo, os livros de Judith Butler e Shulamith Firestone, ou estiveram em alguma sala de aula para observar in loco o tipo de “educação” sexual que as escolas oferecem aos seus alunos. Não se trata aqui de juízo temerário, mas de mera análise lógica dos fatos. Para um repórter negar a realidade gritante da “ideologia de gênero” na educação, ou ele nunca leu nem presenciou nada do tipo, ou sofre de grave dislexia e não consegue entender o que se passa debaixo do próprio nariz. E vejam que nem aventamos a hipótese de sordidez pura e simples, o que não é impossível.

A Igreja Católica considera ideológicas as discussões de “gênero e direitos reprodutivos” porque elas se baseiam justamente naquele tipo de proposição falsa que se sustenta por argumentos pseudocientíficos. Para negar a realidade biológica e a identidade sexual humana, os ideólogos do gênero afirmam que a expressão da identidade sexual humana é, antes de tudo, uma construção social. Nesse sentido, haveria a sexualidade física (pênis e vagina), a atração sexual (hetero, homo ou bissexual) e, finalmente, a identidade de gênero, que seria a forma como a pessoa se constrói socialmente e vive a sua sexualidade no cotidiano. Do ponto de vista do gênero, portanto, todo ser humano nasceria neutro e só descobriria a própria identidade mais tarde, após algumas experiências sexuais e sociais. De acordo com Judith Butler, a mais badalada ideóloga do gênero, “a família é também uma formação histórica: sua estrutura e seu significado mudam ao longo do tempo e do espaço”.

A teoria de gênero defende, grosso modo, a inexistência de uma substância humana que esteja presente em todos os homens e mulheres. Tudo estaria resumido às performances e às aparências. Para que um homem seja mulher, ele só precisa de algumas cirurgias remodeladoras e de diminuir o seu nível de testosterona. Não importa se a pessoa tem uma constituição feminina ou masculina, pois tudo depende apenas da vontade do indivíduo, que deve ser livre para se construir conforme o próprio gosto. De resto, os velhos papéis institucionais de pai, mãe e filho devem, aos poucos, sumir do horizonte social para dar espaço a uma nova forma de família plural e diversificada. Esse é o objetivo da teoria de gênero, segundo as palavras da própria Butler. Trata-se de “gerar mais liberdade e aceitação para a gama ampla de identificações de gênero e desejos que constitui nossa complexidade como seres humanos”.

Para a ideologia de gênero, tudo depende apenas da vontade do indivíduo, que deve ser livre para se construir conforme o próprio gosto.

Verba volant, scripta manent, diz um antigo provérbio latino. Popularizadas pela academia, as palavras de Butler e de outros teóricos de gênero “voaram” para bem longe de seus escritos e foram fazer estrago na realidade. O primeiro grande experimento de gênero de que se tem notícia é a trágica história da família Reimer, contada aqui no site inúmeras vezes. Para provar sua “teoria”, o doutor Money não pensou duas vezes antes de submeter o pequeno David Reimer a uma cirurgia, de modo que pudesse tratá-lo então de Brenda. O menino deveria ser educado como menina para se adaptar ao novo gênero. Resultado: o rapaz cresceu deprimido e acabou se suicidando. Mas esse, infelizmente, não seria o último destino fatal da ideologia de gênero. Os números de suicídio provocados, entre outras coisas, pela confusão mental decorrente das questões de gênero só aumentam, assim como o número de pessoas que se expõem a cirurgias arriscadas de mudança de sexo.

A confusão chegou até aos esportes também. Segundo as leis atuais do Comitê Olímpico Internacionalum homem pode concorrer contra mulheres desde que se declare do gênero feminino e, dentro de um ano, estabilize sua produção de testosterona a um nível aceitável. Ele nem precisa amputar o membro viril. Desse modo, marmanjos de 1,90m de altura estão jogando no vôlei feminino e dando porrada em mulheres do MMA.

Fotografia da exposição “You Are You”, tirada em um acampamento de verão para crianças “gender-nonconforming”. (Sim, é um menino.)

Para assegurar o bem-estar das crianças, a Associação Americana de Pediatras emitiu uma declaração gravíssima contra a presença desse tipo de teoria dentro das escolas. Segundo a organização, “condicionar crianças a acreditar que uma vida inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável, é abuso infantil”. A declaração adverte contra os bloqueadores de hormônios da puberdade, que têm se tornado um fenômeno entre muitos jovens, depois do advento das propagandas de gênero. Causou escândalo recentemente uma campanha da cantora Celine Dion em que a artista aparece colocando roupas “neutras” em bebês de uma maternidade. É justamente contra esse tipo de abuso que a Associação Americana de Pediatras e outras organizações mundo afora se levantaram, sobretudo agora que os casos de crianças com “disforia de gênero” estão crescendo vertiginosamente.

No Brasil, o Ministério da Educação trabalhou insistentemente nos últimos anos para incluir esse tipo de abordagem dentro do ensino escolar. No livro do MEC Sociologia em movimento, por exemplo, os alunos aprendem que “o peso cultural da família patriarcal e da Igreja em nossa sociedade continua a ser uma forte influência para a marginalização dos grupos LGBT. Isso leva à violência homofóbica e transfóbica, assim como à violência doméstica contra mulheres”. Também o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) cobra dos universitários que se comprometam com a inclusão das temáticas de gênero nas escolas. Se os pais não tivessem se posicionado em tempo oportuno contra toda essa loucura, as escolas do Brasil hoje seriam como as da Suéciaonde meninos e meninas se vestem de cor laranja e não podem ser tratados por ele ou por ela.

Mas certamente essas coisas não existem, diria o jornalista chapa-branca, e a nota da Associação Americana de Pediatras deve ter sido escrita por algum monge albino do Opus Dei, infiltrado na instituição para promover o caos. Essa insistência dos jornais em fechar os olhos para a realidade, negando-se a retratar na íntegra os fatos como eles são, tem lhes custado um alto preço. Depois do advento da internet, as pessoas não estão mais reféns da “espiral do silêncio” imposta pela grande imprensa, e agora elas recorrem a outros canais alternativos de informação, que prestam um excelente trabalho. Enquanto isso, os jornais tradicionais agonizam e lutam para manter viva uma ideologia antiquada e pedante. E eles juram que a culpa é da Igreja Católica.

Fonte: https://www.padrepauloricardo.org/

Antes de Lutero, onde estava a Igreja de Cristo?

Se a Igreja Católica foi em algum tempo a verdadeira Igreja, então ela nunca cessou, nunca cessará de o ser, até o fim dos tempos. Do contrário, Jesus Cristo nos enganou.

Da infalibilidade da Igreja deriva um corolário fatal a todas as heresias. Qualquer grupo de almas batizadas que se separa da comunhão dos fiéis e rompe com os ensinamentos e tradições antigas já está condenado pela sua própria novidade.

A Igreja de Cristo é una como a verdade. O Espírito Santo nela habita com a sua assistência continuada todos os dias, até a consumação dos tempos. Impossível assinalar uma época na história em que a Esposa do Verbo se tenha desviado da senda real da ortodoxia. As promessas divinas falhariam, Cristo deixaria de ser Deus e a religião por ele instituída afundaria para sempre no pego imenso das superstições humanas.

Se a Igreja caiu no erro, as portas do inferno prevaleceram contra ela e Cristo não manteve a sua promessa.

Após 15 séculos de cristianismo levante-se um monge no coração da Alemanha e lança ao mundo o pregão de uma reforma. Simples regeneração dos costumes?

Não, reforma doutrinal.

O que então se chamava doutrina cristã admitida pela Igreja universal era uma adulteração profunda do Evangelho, um acervo de superstições e idolatrias, patrocinadas pelo anticristo de Roma. A Igreja se havia apartado da verdadeira fé: era mister reconduzi-la às fontes genuínas do Evangelho.

Cristo errara a mão. Fundara uma sociedade fadada a destinos imortais. Plantara-a no mundo como cidade visível para acolher os eleitos. Mas apenas saída das suas mãos divinas, apenas o mundo pagão, com a paz de Constantino, viera buscar à sombra da cruz a verdade e a vida, a Igreja desfalece, corrompe-se, paganiza-se. Onze séculos de ignorância, de trevas e de superstições ensombraram a obra do Salvador.

“A entrega das chaves a S. Pedro”, de Pietro Perugino.

Foi mister que um frade apóstata, sensual e orgulhoso apontasse no horizonte religioso da humanidade para reconduzi-la aos mananciais cristalinos do Evangelho, e, mais feliz, mais próvido, mais sábio, mais poderoso que o Cristo, fundasse uma nova Igreja de vitalidade menos efêmera, Igreja imorredoura e incorruptível, destinada a acolher sob as suas tendas as gerações do porvir. Eis a significação real do protestantismo. Eis outrossim a sua condenação, a seta fatal que se lhe embebeu no peito e há de arrastá-lo à morte inevitável.

Se Cristo é Deus, se Cristo fundou uma Igreja, essa é indefectível e imortal como as obras divinas. Mas se a Igreja caiu no erro, as portas do inferno prevaleceram contra ela e Cristo não manteve a sua promessa. Cristo enganou-nos, Cristo não é Deus, e o cristianismo é uma grande impostura. É tão forte a consequência que muitos protestantes por este motivo abjuraram o cristianismo. É o exemplo de Staudlin, que dizia:

Se na religião partimos de um princípio sobrenatural (como uma revelação, a Bíblia, por exemplo ou o Corão), cumpre necessariamente admitir que a Divindade, comunicando uma revelação ao homem, deve prover outrossim o modo de impedir que o sentido desta revelação seja abandonado às arbitrariedades do juízo subjetivo. Esta inconsequência de Jesus Cristo não me permite considerá-lo senão como um sábio benfeitor. [1]

Ochin, outro protestante, que no dizer de Calvino, era mais sábio ele só que a Itália inteira, chegava pelo mesmo caminho à mesma conclusão. “Considerando, de um lado, como poderia a Igreja haver sido fundada por Jesus Cristo e regada com o seu sangue, e, do outro, como poderia ela ser fundamentalmente adulterada pelo catolicismo, como estamos vendo, conclui que aquele que a estabeleceu não podia ser o Filho de Deus; faltou-lhe evidentemente a Providência” [2]. E Ochin, renunciando ao protestantismo, fez-se judeu.

Se a Igreja Católica foi em algum tempo a verdadeira Igreja, então ela nunca cessou, nunca cessará de o ser, até o fim dos tempos. Do contrário, Jesus Cristo nos enganou.

Nada, com efeito, mais diametralmente oposto aos ensinamentos e promessas do Evangelho do que a ideia de uma Igreja que pode desgarrar da sua primeira instituição, pregar o erro e a corrupção. O Espírito de Verdade habitará nela para todo o sempre: prometeu-o formalmente Cristo. Formalmente mandou-nos o Senhor que obedecêssemos à Igreja em todos os tempos e em todos os lugares. Não nos disse: Escutai a Igreja durante 300 ou 1.000 anos, mas ouvi-a sempre, sem nenhum limite de tempo, sem nenhuma reserva, sem nenhuma restrição. “Quem não ouve a Igreja, seja considerado como pagão ou pecador” (Mt 18, 17).

Ora, evidentemente, antes de Lutero existia uma Igreja, a Igreja católica, que por uma sucessão ininterrupta de pastores ascendia aos apóstolos, e, por meio dos apóstolos, ao próprio Cristo. Esta era a Igreja instituída pelo Salvador, esta a Igreja de que falam as promessas evangélicas. Fora dela, a história não conhece outra.

Jesus Cristo não nos disse: Escutai a Igreja durante 300 ou 1000 anos, mas ouvi-a sempre, sem nenhum limite de tempo, sem nenhuma reserva.

Quando nasceram as igrejas luteranas, calvinistas e anglicanas, já a Igreja católica tinha uma existência quinze vezes secular. Desde Jesus Cristo só há uma Igreja, a grande Igreja, como a chamavam os pagãos, a Igreja, simplesmente, sem epítetos derivados de nomes humanos, como a chamamos nós. Diante deste fato, afirmai agora que essa Igreja entrou a corromper-se no 4.º século e de todo adulterou a doutrina evangélica nas “trevas caliginosas da Idade Média” e tereis anulado as promessas de sua Providência, atributo distintivo da Divindade. Staudlin e Ochin são lógicos. Entre o catolicismo e o naturalismo deísta não há racionalmente meio termo. Se a Igreja católica foi em algum tempo a verdadeira Igreja, nunca cessou, nunca cessará de o ser, até o fim dos tempos [3]. Se não, Jesus Cristo enganou-nos. Seitas cristãs acatólicas são superfetação parasitária destinada a uma existência efêmera.

Por uma feliz incoerência, porém, muitos protestantes não resvalaram até ao fundo do abismo. Parando à meia encosta, esforçam-se por conservar alguns restos de cristianismo. Mas nem estes deixaram de sentir o fio cortante do argumento: onde estava a Igreja antes de Lutero?

Pergunta capciosa? Não, pergunta molesta, pergunta irrespondível, pergunta que vale por si uma apologia inteira, pergunta inexoravelmente fatal ao protestantismo.

Referências

  1. Magazin de l’histoire de la religion, 3e. partie, p. 83.
  2. Citado na obra Dialogues sur le protestantisme, p. 55.
  3. Bem dizia aquele filósofo: Se o Messias já veio, devemos ser católicos; se não veio, judeus; em nenhuma hipótese, protestantes.

Notas

Fonte: https://www.padrepauloricardo.org/

Testemunho de Neal McDonough

Ator recusou cenas de sexo em respeito à esposa, foi demitido e perdeu 1 milhão

Neal McDonough

Redação da Aleteia | Jan 09, 2019

“Não conseguia emprego: me achavam fanático. Mas coloquei Deus e a família em primeiro lugar e a mim em segundo. É assim que eu vivo”

Neal McDonough, ator que participou de conhecidas produções do cinema e da televisão como “Capitão América”, “Minority Report” e “Desperate Housewives”, é casado há 15 anos com a modelo Ruvé Robertson, com quem tem 5 filhos.

Em entrevista recente, ele relatou ao site Closer Weekly que foi demitidoem 2010 porque, em respeito à esposa e por convicções religiosas, se negou a fazer cenas de sexo com a atriz Virginia Madsen durante as gravações da série “Scoundrels“, produzida pelo canal ABC.

“Não vou beijar outra mulher, porque esses lábios já são comprometidos”.

McDonough foi substituído três dias após o início das filmagens e, conforme estimativas do site Deadline.com, perdeu cerca de 1 milhão de dólares por causa da decisão. A demissão o surpreendeu:

“Eu não conseguia mais emprego porque todo o mundo achava que eu era um fanático religioso”.

Mas as perdas momentâneas não o afetaram e, no fim das contas, foram amplamente superadas:

“Eu coloquei Deus e a família em primeiro lugar e a mim mesmo em segundo. É assim que eu vivo. É por isso que vou à igreja todos os dias e agradeço a Deus por tudo o que Ele me deu. E agradeço principalmente por ter me dado a Ruvé, porque, sem ela, com certeza eu não estaria contando essa história. Depois de quase 20 anos, 5 filhos e uma vida maravilhosa, nós somos parceiros para tudo e eu sou o cara mais abençoado do mundo”.

É interessante observar que esse tipo de testemunho não costuma aparecer com destaque nos grandes portais de notícias, muito embora sejam diárias, na página inicial da maioria deles, as “notícias” sobre o mundo das celebridades.

Meus sentimentos, minhas regras

Meus sentimentos, minhas regras
 por Francisco Razzo  [ 09/01/2019 ] [ 1:00 ] Atualizado em [ 09/01/2019 ] [ 13:07 ]
 Não me lembro direito em qual programa de rádio foi, mas esses dias ouvi um rapaz dizendo que a discussão sobre teoria de gênero não pode ter respaldo na biologia. Segundo ele, “a biologia estaria atrelada à moral cristã opressora” e por isso não pode servir de base para determinar a identidade de alguém. Homem e mulher não são o que são por causa de aspectos biológicos. O que determina cada um de nós são as nossas inclinações psíquicas.Na minha não tão humilde opinião, a sempre polêmica teoria da identidade de gênero tem um furo gigantesco: depende de uma concepção dualista da “natureza humana”, que é falsa. Dualista por reduzir o ser humano a duas realidades independentes e até conflitantes: o corpo biológico e a consciência subjetiva. E, por favor, isso não tem nada a ver com o filósofo René Descartes, que também tinha uma visão dualista do ser humano. Para Descartes, a alma humana é imortal e capaz de conhecer Deus como seu criador. Descartes, devoto de Nossa Senhora, não enclausurou o homem num psiquismo medíocre.
No caso da teoria da identidade de gênero, há uma confusão tanto no significado do corpo quanto no da vida psíquica. Reduzem os dois: o corpo é reduzido como objeto de estudo para o biólogo; a vida psíquica é vista como nada além da expressão do que sentimos internamente. Fora o maniqueísmo por baixo da causa: o corpo é mau; o sentimento de si, bom.Por exemplo. Uma menina, anatomicamente constatada menina, chega para os pais e diz: “me sinto menino”. Os pais, confiantes na pureza do desejo de seu única e linda filha, acatam a percepção interna que só a criança pode ter de si mesma e a bajulam com todos os mimos possíveis. Nada contra. Sou pai e por isso sei bem o quanto um pai zeloso tomaria a atitude de consultar um bom psicólogo antes de chamar a filha de filho. Na dúvida, recorrer a um especialista para ajudar nossos pequenos é a melhor atitude. Meu filho Davi, por exemplo, diz ser o Hulk. Não me oponho. Na infância eu gostava de me vestir como o Super-Homem, com cueca vermelha e tudo — mas vamos deixar isso pra lá.De qualquer forma, quem melhor do que a própria criança para compreender e fazer coincidir, por meio do charme e da doçura, sua percepção psicológica interna com sua natureza corporal externa? Psicólogos estão aí justamente para ajudar na batalha interior travada por cada um de nós. E fazem isso sem assumir responsabilidades pelas derrotas ou créditos pelas vitórias, pois o mérito em aceitar que “ter experiência psicológica interna do jeito que me satisfaz” como algo “normal” a ser “absolutamente compreensível pela sociedade” é apenas dos jovens. Não sei o que é olhar para o meu corpo e ver outra coisa senão a mim mesmo, portanto não tenho competência para falar dos dramas alheios.A experiência psicológica interna de se “sentir” alguma coisa diferente do que se é em carne e osso está baseada numa ideia de que o sentimento interno é infalível, pois fundamenta-se na pureza moral dos bons sentimentos. O corpo, determinado pela biologia, seria mais um obstáculo opressor que precisa ser subjugado pelas regras da experiência interior. A teoria da identidade de gênero paradoxalmente nega a identidade antropológica da relação “mente-corpo”. Ao negar, portanto, rejeita o corpo como realidade irrelevante para construção da própria experiência da identidade pessoal. Não sou meu corpo, sou o que sinto a respeito de mim mesmo. Meus sentimentos, minhas regras.A propósito, falando de dramas pessoais, eu recomendaria o leitor procurar uma página no Facebook chamada Special Books by Special Kids Group. Conta com um pouco mais de 2 milhões de seguidores. Na verdade, o SBSK, como são conhecidos, é uma organização criada pelo professor Christopher Ulmer, da Filadélfia, que faz vídeos com crianças de todos os lugares do mundo e com um objetivo nobre. Curiosamente, as crianças são portadoras de alguma necessidade especial severa que provoca grandes deformação no corpo. Os relatos dessas crianças têm o objetivo de garantir que nenhuma seja estigmatizada pelo que… são, enquanto encarnadas num corpo. A missão de Christopher é demostrar a preciosa relação entre corpo e identidade pessoal. Porque é disso que se trata: somos, literalmente, encarnados. Não faz sentido falar de identidade pessoal sem considerar o corpo.Uma concepção mais correta e abrangente de ser humano não faz a distinção entre corpo e mente como duas realidades antagônicas. Pelo contrário, de um ponto de vista da antropologia filosófica mais robusta, que eu pessoalmente prezo muito por seu apelo à singularidade pessoal, o corpo pode ser entendido de três maneiras: material, orgânico e intencional. Cada um de nós, na verdade, encarna essas três concepções sem excluí-las ou reduzir nosso “corpo próprio” a cada uma delas. Dessa forma, podemos pensar o ser humano a partir de uma visão universal, e isso para ficar apenas no componente “corporal” — sem considerar a vida psíquica e as capacidades intelectuais.Em alemão, há duas palavras para “corpo”: Körper e Leib, que os filósofos chamam de “corpo objeto” e “corpo sujeito”.O termo Körper se refere à estrutura, à construção ou ao suporte esquemático; enquanto Leib é a carne, o corpo vivido do interior por alguém. Körper é o “corpo objeto”, o corpo que eu tenho e cujo funcionamento depende de leis que não tenho controle. Trata-se do corpo que o biólogo estuda, por exemplo. O aspecto material corresponde à totalidade físico-química e do corpo e o orgânico à totalidade biológica. É um erro achar que somos só expressão desse corpo biológico. Já Leib, por sua vez, tem a ver com o caráter intencional da nossa experiência pessoal. Leib é o “corpo sujeito”, o corpo que eu sou e que você é e mediante o qual eu vivo minha vida e você a sua. Os filósofos chamam a essa dimensão intencional de corpo próprio. Para você que está vivo e lendo este artigo, ser e ter um corpo é vivê-lo da maneira intencional antes de vivê-lo como matéria física e orgânica.Eu fico impressionado como o debate público sobre teoria de gênero desconsidera essas dificuldades enquanto perde tempo discutindo se menino veste azul e menina veste rosa. Um tratamento mais adequado não só acerca da experiência de sofrimento psicológico, mas também sobre a própria noção de corpo ajudaria muito o debate, hoje reduzido em meras expressões de “corpo” como entidade biológica e “alma” como mera expressão de sentimentalismo tóxico.”Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/colunistas/francisco-razzo/minha-sentimentos-minhas-regras/?webview=1

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“Mulher” trans no Miss Universo expõe as contradições do feminismo progressista

A adoção incondicional da ideologia transgênero permite que os machos biológicos usem o manto da feminilidade simplesmente afirmando que é seu direito inato. Nunca houve uma reivindicação mais patriarcal

Alexandra Desanctis National Review  [18/12/2018] [12h00] 

A mulher transgênero Angela Ponce, da Espanha, concorre durante o concurso Miss Universo 2018, em Bangcoc, Tailândia, em 16 de dezembro de 2018. LILLIAN SUWANRUMPHA/AFPNo famoso conto de Hans Christian Andersen, o imperador não tinha roupas. Hoje em dia, se o imperador coloca a roupa certa, ele pode se chamar de imperatriz. E todos nós temos que aplaudir. 

O concurso Miss Universo deste domingo apresentou, pela primeira vez na história de 66 anos do evento, uma mulher transgênero. Concorrendo como Miss Espanha, Angela Ponce entrou no concurso com muito aplauso, escrevendo em um post no Instagram: “Hoje estou aqui, orgulhosamente representando minha nação, todas as mulheres e os direitos humanos”.

Ponce não venceu, mas foi saudada pela mídia apenas por competir. “A Miss Filipinas, Catriona Gray, levou para casa a coroa no concurso de Miss Universo de 2018 na noite de domingo em Bangcoc, Tailândia, mas ela não foi a única vencedora da noite”, declarou o site da ABC News na manhã de segunda-feira. “A espanhola Angela Ponce se tornou a primeira transgênero da competição, um passo importante para o desfile de 66 anos.”

 “A espanhola Angela Ponce fez história como a primeira mulher transgênero a competir na Miss Universo”, afirmou o Yahoo News. A reportagem da NBC News sobre a competição nem sequer mencionou a vencedora até o quarto parágrafo do artigo, concentrando-se em celebrar como Ponce “quebrou barreiras”. 
Leia mais: O que é “ideologia de gênero”?
Toda essa fanfarra levanta a inevitável questão: Poderia Ponce realmente “representar todas as mulheres” sem ser uma mulher? Em nosso momento não científico, apenas ter a audácia de fazer essa pergunta é o suficiente para ser criticado em certos setores.

 Pense por um momento na realidade da biologia de Ponce — uma realidade que, não importa a quantidade de cirurgia plástica que Ponce consiga e independentemente de que Ponce realmente se pareça com uma mulher, não pode ser alterada. A tecnologia pode disfarçar essa verdade, mas nenhuma quantidade de remédio ou mutilação pode persuadir os cromossomos de Ponce à submissão.

 Leia mais: Presidenta e alunxs? O desafio da ideologia de gênero na sala de aula
Mas considere outra questão também, e talvez mais importante: Ponce pode viver como uma mulher transgênero sem nos forçar a entrar juntos nessa barca furada? O concurso Miss Universo, a mídia progressista e, cada vez mais, a ala esquerda da política americana, parecem acreditar que isso não é possível. 

Ponce disse à revista Time em novembro que ganhar o concurso seria simbólico: “As mulheres trans foram perseguidas e apagadas por tanto tempo. Se me derem a coroa, isso mostraria que as mulheres trans são tão mulheres quanto as mulheres cis ”. 
Essa é a farsa que estão nos forçando a aceitar. Não é suficiente dizer, como deveríamos, que a disforia de gênero é um fenômeno psicológico real, que uma sociedade justa e compassiva deve reconhecer a realidade da luta que pessoas como Ponce enfrentam, e que o bullying e o ódio dirigidos a tais pessoas são maus e errados. 

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Nós também estamos destinados a cantar junto com a multidão que Ponce é uma mulher. Qualquer coisa menos que isso é transfobia. Decência e caridade já não são suficientes; afirmação e glorificação — idealmente diante de uma audiência tão grande quanto possível — são o único caminho aceitável. 

E o que essa nova fronteira do progressismo significa? O dogma inatacável de que as mulheres são constantemente oprimidas e subjugadas pelo patriarcado — que só podemos ser livres se reconhecermos e enfraquecermos a tirania do privilégio masculino branco que impede as mulheres de se expressarem e tomarem o controle de nossas vidas — exige que haja tal coisa como feminilidade, e que pode ser definida de forma consistente. 

A aparência muito elogiada de Ponce no concurso Miss Universo, por outro lado, implica a aceitação social da ideia de que os homens podem, de fato, ser mulheres. 
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Essas duas doutrinas do progressismo brigam entre si. Mesmo se aceitarmos a noção de que alguns machos biológicos podem se sentir tão femininos que são essencialmente, de alguma forma intangível, mulheres, tal visão necessariamente entra em conflito com a afirmação feminista de que há algo único em ser mulher — e que a feminilidade merece ser protegida da invasão do poder masculino. 
A adoção incondicional da ideologia transgênero necessariamente, e intencionalmente, apaga a feminilidade. Ele permite que os machos biológicos usem o manto da feminilidade simplesmente afirmando que é seu direito inato. Nunca houve uma reivindicação mais patriarcal.

À medida que o partido democrata se aproxima da política de identidade, um choque dessas duas identidades se vislumbra no horizonte. Em um movimento “intersecional”, onde grupos minoritários recebem mais dinheiro por terem experimentado mais opressão, as mulheres que lutam contra o patriarcado poderiam facilmente ser excluídas por mulheres transexuais que insistem que seu status de minoria e experiência com estigma lhes dão o trunfo da vitimização. 
Talvez a extrema esquerda acredite que, se seus membros forçarem os céticos a concordar com a pompa de Ponce, eles podem evitar as cismas inerentes a um movimento que afirma valorizar o feminismo, enquanto insiste que ser mulher não tem nenhum significado.

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